Voluntários descobrem 95 anãs marrons

Muitas delas estão situadas a apenas algumas dezenas de anos-luz do Sistema Solar.

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Concepção artística de uma anã marrom. Imagem: NOIRLab / NSF / AURA / P. Marenfeld / William Pendrill

Nossa vizinhança cósmica acaba de ficar um pouco maior. A partir do trabalho de astrônomos e voluntários, o projeto Backyard Worlds: Planet 9 acaba de anunciar a descoberta de 95 anãs marrons próximas do Sistema Solar. Muitos delas estão a apenas algumas dezenas de anos-luz do nosso planeta.

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Embora as anãs marrons possam ser extremamente quentes, muitas das recém-descobertas são mais frias do que o ponto de ebulição da água. Algumas até se aproximam da temperatura da Terra e são frias o suficiente para abrigar nuvens de vapor de água.

Anãs marrons com baixas temperaturas também têm um pequeno diâmetro. Portanto, são difíceis de serem detectadas na luz visível. Ainda assim, eles emitem calor na forma de luz infravermelha, que é invisível ao olho humano, mas detectável por telescópios.

Mapear esses objetos ajuda a gerar insights importantes sobre o processo de formação de estrelas pequenas e planetas gigantes, como Júpiter.

Os voluntários do Backyard Worlds já descobriram mais de 1.500 mundos frios em nossa vizinhança. A nova descoberta de 95 anãs marrons é a maior amostra desses objetos já descoberta por meio de um projeto de ciência voluntário.

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Um par de anãs marrons chamadas de Luhman 16 (ou WISE 1049-5319) está localizada a 6,52 anos-luz de nós. Por enquanto, estes dois objetos são as anãs marrons mais próximas da Terra.

Entretanto, é possível que existam outras anãs marrons mais próximas. Para isso, o projeto voluntário convida os interessados a entrar para a caçada espacial.

Backyard Worlds: Planet 9

O projeto é financiado pela NASA. Qualquer pessoa pode se cadastrar e ajudar a encontrar por novas anãs marrons, além de um potencial planeta em nosso Sistema Solar, o famoso “Planeta 9”.

A plataforma da Backyard Worlds: Planet 9 incorpora dados dos satélites Near-Earth Object Wide-Field Infrared Survey Explorer (Neowise) e Wide-field Infrared Survey Explorer (Wise), do telescópio espacial Spitzer, todos da NASA, além de outros observatórios do National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos.

Os voluntários ajudam analisando as imagens, identificando potenciais corpos celestes desconhecidos se movimentando.

Atualmente, mais de 60 mil pessoas ajudam nesse trabalho, que ainda não está completo.

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“Vastos conjuntos de dados modernos podem desbloquear descobertas históricas e é empolgante que elas possam ser descobertas primeiro por cientistas cidadãos”, disse Aaron Meisner, cientista assistente da NSF e principal autor do estudo que descreve as anãs marrons.

Anãs marrons

As anãs marrons são astros que não tem massa suficiente para ser uma estrela, mas também são muito pesadas para serem consideradas como um planeta.

Dessa forma, elas são chamadas de “estrelas fracassadas”, por não terem conseguido massa suficiente para iniciar a fusão do hidrogênio e brilhar como uma estrela.

Apesar do nome, elas aparentam uma coloração magenta ou laranja-avermelhada.

Os resultados do estudo das 95 anãs marrons deve ser publicado na revista Astrophysical Journal nesta quinta-feira, 20. Porém, uma prévia pode ser acessada aqui.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.