Astrônomo brasileiro usa inteligência artificial para estudar estrelas

Pesquisa ajuda a compreender melhor os processos de formação e evolução da nossa galáxia.

Astrônomo brasileiro usa inteligência artificial para estudar estrelas

Participando de um projeto inovador de astronomia internacional, o astrônomo brasileiro e estudante de doutorado Carlos Andrés Galarza Arévalo está utilizando a Inteligência Artificial (IA) para estudar estrelas.

Segundo o Observatório Nacional (ON), Carlos participa do projeto J-PLUS (sigla de “Javalambre Photometric Local Universe Survey”), promovido pelo Observatório Astrofísico de Javalambre (OAJ), da Espanha. A pesquisa busca mapear o céu do hemisfério norte a partir de um levantamento fotométrico por meio de um telescópio de 80 cm de diâmetro e que utiliza um sistema único de 12 filtros.

“Com essa combinação de 12 filtros, o levantamento oferece uma possibilidade muito mais ampla para explorar novas cores fotométricas e como elas podem estar relacionadas a diferentes objetos observados”, explica o pesquisador brasileiro.

A partir do processamento dos dados de 11 estrelas e utilizando uma ferramenta baseada no algoritmo de aprendizado “Random Forest”, chamado “JPLUS-SPEEM”, Carlos concluiu um estudo aceito para publicação no Astronomy & Astrophysics Journal.

A ferramenta de IA fornece uma classificação morfológica e estimativas de parâmetros estelares, como temperatura efetiva, gravidade superficial e metalicidade. O objetivo foi identificar populações de estrelas que possuam baixos níveis de metais em suas composições.

O estudo dessas estrelas ajuda os astrônomos a compreender melhor os processos de formação e evolução da nossa galáxia.

“Dessas 11 estrelas identificadas com o SPEEM, todas tiveram a baixa metalicidade confirmada através da análise espectroscópica, sendo que 10 estrelas nunca haviam sido observadas antes. Entre essas 10 estrelas, encontramos uma estrela com a metalicidade muito baixa, aproximadamente mil vezes menor que a metalicidade do Sol”, afirmou Arevalo.

Workshop de inteligência artificial

Os resultados deste trabalho foram divulgados recentemente, durante o workshop “AIA – Inteligência Artificial em Astronomia”, um evento virtual promovido pelo Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências da Universidade de São Paulo (IAG/USP).

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A ideia do evento foi disseminar o uso da inteligência artificial em pesquisas astronômicas brasileiras, além de promover o networking entre os pesquisadores e discutir possíveis ações para promover o desenvolvimento e a visibilidade da área.

Na apresentação, Carlos expôs uma extensão do SPEEM aplicado para o levantamento S-PLUS (Southern Photometric Local Universe Survey), que tem o objetivo de mapear o céu do hemisfério Sul a partir de observações realizadas no Complexo Astronômico Cerro Tololo Inter-American Observatory (CTIO), instalado no Chile.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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