Como observar um eclipse do Sol?

Confira as principais técnicas para observar um eclipse solar com total segurança.

Um eclipse solar é um fenômeno espetacular e um raro evento astronômico. No entanto, observar um eclipse do Sol requer alguns cuidados para não danificar seriamente a sua visão.

O que é um eclipse solar?

Por uma grande coincidência da natureza, o disco solar é 400 vezes maior e também está 400 vezes mais distante que a Lua. Por isso, visto da Terra, Sol e Lua aparentam ter o mesmo tamanho.

Um eclipse solar acontece quando a Lua (na sua fase Nova) passa exatamente entre o Sol e a Terra.

A sombra da Lua não é grande o suficiente para cobrir todo o planeta, por isso a visão de um eclipse é sempre limitada a uma pequena e determinada área, o que torna o fenômeno raro de ser observado.

Geralmente, pelo menos duas vezes por ano (e às vezes até cinco vezes por ano), uma Lua Nova se alinha de maneira a eclipsar o Sol.

Quais os tipos de eclipse do Sol?

Existem quatro tipos principais de eclipse do Sol, sendo o híbrido o maior raro e o parcial o mais comum.

Total

Neste evento, a Lua cobre totalmente o disco solar, projetando uma sombra de cerca de 100 km de diâmetro na Terra. Os observadores situados nesta faixa verão o dia se tornar noite, além da oportunidade de observar mais detalhes das protuberâncias solares.

Anular

Em um eclipse anular, a Lua está situada mais distante do nosso planeta e, por isso, não consegue cobrir totalmente o disco solar.

Neste evento, o Sol está quase totalmente coberto, mas mantendo um anel de luz brilhante ao redor da Lua.

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Híbrido

Em um eclipse solar híbrido, em algumas localidades da Terra ele parece ser total, com a Lua bloqueado quase todo o brilho do Sol; e em outras regiões, parece ser um eclipse anular, com a Lua sendo envolvida com um anel brilhante.

Parcial

Como o próprio nome diz, no eclipse parcial a Lua cobre apenas uma parte do disco solar.

Regras de segurança em eclipses do Sol

Observar o Sol é extremamente perigoso, podendo causar lesões graves aos seus olhos, podendo levar à cegueira parcial ou mesmo total.

Independentemente do tipo ou fase de um eclipse do Sol obedeça às seguintes regras de segurança:

• Não olhe diretamente para o Sol.
• Não utilize óculos de Sol para observar eclipse solares.
• Não utilize filtros solares caseiros, como chapas de raio-X, antigos filmes fotográficos, máscaras de solda, vidro fumê ou similares. Eles não oferecem proteção suficiente e qualquer defeito nesses filtros pode provocar queimaduras em sua retina.
• Não olhe para o Sol por meio de uma câmera, telescópio, binóculo ou qualquer dispositivo óptico, mesmo que eles estejam utilizando filtros. Os raios solares concentrados podem danificar esses filtros e causar lesões oculares graves.

Por mais que um eclipse solar seja um fenômeno extremamente raro, a sua visão é um bem valioso.

Em caso de acidentes, procure imediatamente um pronto-socorro ou um oftalmologista.

Como ver o eclipse solar?

Existem várias maneiras seguras de ver o Sol sem arriscar a saúde da sua visão.

Os métodos mais seguros são os que utilizam técnicas de projeção. 

Felizmente, é possível observar um eclipse utilizando produtos simples que você encontra em casa ou pode comprar em qualquer papelaria.

Método ‘pinhole’

Encontre um pequeno pedaço de papelão e faça um pequeno orifício de 2,5 cm de diâmetro. 

Após, cole um pedaço de papel alumínio cobrindo o orifício e faça um pequeno furo nele utilizando um alfinete.

Com o Sol atrás de você, segure o papelão e direcione a luz solar em uma cartolina branca.

Quanto mais longe o orifício estiver da cartolina, maior será a imagem do eclipse.

Projeção com espelho

Para esta técnica você vai precisar de apenas uma cartolina, um espelho plano e uma parede branca com sombra.

Recorte a cartolina no mesmo formato do seu espelho. Depois, faça um orifício de 1 cm de diâmetro no centro da cartolina.

Em seguida, prenda a cartolina no espelho com durex ou fita crepe.

A partir daí, aponte o espelho para o Sol e tente direcionar o reflexo em uma parede que esteja na sombra.

A imagem do Sol será projetada ali e você poderá observar o eclipse sem danificar a sua visão.

Projeção óptica

Se você tiver um tripé, um binóculo ou luneta, você pode utilizá-los para observar o eclipse utilizando a técnica de projeção.

Monte o seu instrumento em um tripé e apoie uma cartolina branca em um apoio no chão.

Aponte o instrumento de modo que os raios solares passem por ele e sejam projetados na cartolina. No caso do binóculo, tape uma das oculares.

Para melhorar a sua visão da projeção, faça um escudo solar. Faça um orifício no centro de um pedaço quadrado de papelão de cerca de 50 cm de largura.

Em seguida, prenda o centro do papelão na ocular do binóculo ou da luneta. Use uma fita adesiva escura para selar orifícios que deixem passar qualquer feixe de luz.

Apesar de seguro, não é recomendado que esta técnica seja utilizada por várias horas, pois a luz solar pode acabar aquecendo o tubo do seu instrumento, podendo derreter partes dele.

Observações públicas

Procure algum planetário, observatório ou clube de astronomia da sua cidade e pergunte se eles pretendem fazer observações públicas do eclipse solar.

Nesses eventos, astrônomos utilizam as técnicas acima ou outros instrumentos que permitem observar o Sol com total segurança.

Também é comum que esse tipo de evento seja transmitido ao vivo pela internet.

Quando será o próximo eclipse solar?

Confira abaixo a tabela com as datas de todos os eclipses solares até o ano de 2030, incluindo o local de onde eles podem ser observados.

Data do eclipse solar	Tipo de eclipse	Local de Visibilidade
14 de dezembro de 2020	Total	Antártica e América do Sul (Inclusive Brasil)
10 de junho de 2021	Anular	América do Norte, Europa e Ásia
04 de dezembro de 2021	Total	Antártica e África do Sul
30 de abril de 2022	Parcial	América do Sul
25 de outubro de 2022	Parcial	Europa, África, Oriente Médio e Ásia
20 de abril de 2023	Híbrido	Ásia, Austrália e Filipinas
14 de outubro de 2023	Anular	Américas do Norte, Central e do Sul, inclusive no Brasil
08 de abril de 2024	Total	Américas do Norte e Central
02 de outubro de 2024	Anular	América do Sul
29 de março de 2025	Parcial	África, Europa e Rússia
21 de setembro de 2025	Parcial	Nova Zelândia e Antártica
17 de fevereiro de 2026	Anular	Argentina e Chile, África e Antártica
12 de agosto de 2026	Total	América do Norte, África e Europa
06 de fevereiro de 2027	Anular	América do Sul, Antárticae África
02 de agosto de 2027	Total	África, Europa, Oriente Médio e Ásia
26 de janeiro de 2028	Anular	Americas do Norte, Central e Sul (inclusive Brasil), Europa e África
22 de julho de 2028	Total	Sudeste Asiático, Austrália e Nova Zelândia
14 de janeiro de 2029	Parcial	Américas do Norte e Central
12 de junho de 2029	Parcial	Escandinávia, Alasca, Ásia, Canadá
11 de julho de 2029	Parcial	Chile e Argentina
05 de dezembro de 2029	Parcial	Argentina, Chile e Antártica
01 de junho de 2030	Anular	Europa, África, Oriente Médio, Ásia, Ártico e Alasca
25 de novembro de 2030	Total	Africa, Índia, Austrália e Antárctica

Com informações de Exploratorium e NASA. 

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