Ventos estão acelerando na ‘Grande Mancha Vermelha’ de Júpiter
Nova pesquisa analisou 11 anos de observação do planeta gigante gasoso.
Após analisar os dados de observação ao longo de quase 11 anos do planeta Júpiter, astrônomos descobriram que a velocidade dos ventos está aumentando ao redor da gigantesca tempestade elíptica chamada de “Grande Mancha Vermelha”. Ninguém sabe ao certo quando o enorme anticiclone se formou no planeta. Porém, ele deve existir há pelo menos 150 anos.
O que se sabe é que a tempestade está diminuindo de tamanho com o passar do tempo. Estima-se que no início do século 19 ela tinha cerca de 40 mil km de largura, o suficiente para caber três planetas do tamanho da Terra dentro dela. Na década de 1970, a Grande Mancha Vermelha tinha 23 mil km. Em 2014, a tempestade reduziu para apenas 16 mil km de diâmetro (quase o tamanho da Terra).
Não apenas o tamanho está diminuindo, mas ela também está mudando de formato. Antes, ela tinha uma forma ovalada, com a largura maior do que a altura. Hoje, ela está quase circular.
No novo estudo, os pesquisadores descobriram que a velocidade média do vento nos limites da tempestade – conhecida como anel de alta velocidade – aumentou em até 8% entre 2009 e 2020, e continua ganhando velocidade. As nuvens coloridas da enorme tempestade giram no sentido anti-horário a velocidades que excedem os 640 quilômetros por hora.
Por outro lado, o vento perto da região mais interna da mancha vermelha estão se movendo significativamente mais devagar.
Grandes tempestades já foram observadas em outros planetas gasosos, como em Netuno, por exemplo, mas elas desapareceram ao longo de apenas alguns anos.
Os dados de Júpiter foram captados por meio do Telescópio Espacial Hubble. Entretanto, os cientistas ainda não sabem explicar o motivo da mudança da velocidade dos ventos, nem mesmo o porquê de a tempestade perdurar por tanto tempo, uma vez que só podemos observar o topo das nuvens, sem saber o que está mais abaixo, alimentando a Grande Mancha Vermelha.
“Quando vi os resultados inicialmente, perguntei ‘Isso faz sentido?’. Ninguém nunca viu isso antes. Mas isso é algo que apenas o Hubble pode fazer. A longevidade de Hubble e as observações em andamento tornam essa revelação possível… Estamos falando de uma mudança tão pequena que se não tivéssemos onze anos de dados do Hubble, não saberíamos que isso aconteceu”, afirmou Michael Wong, pesquisador que liderou o estudo.
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