Amostras lunares trazidas pela China revelam novidades sobre a Lua
Sonda chinesa trouxe para a Terra cerca de 2 kg de rochas e sedimentos lunares.
Nesta terça-feira, 19 de outubro de 2021, durante coletiva de imprensa, um pesquisador da Academia Chinesa de Ciências (CAS) revelou que a Lua teve uma atividade vulcânica mais recente do que se pensava antes. O estudo foi feito a partir das amostras lunares trazidas para a Terra pela China por meio da missão Chang’e-5.
Segundo o cientista Li Xianhua, as novas amostras apontam que a atividade vulcânica estava ocorrendo na Lua há cerca de 2 bilhões de anos.
Com base em outras rochas lunares trazidas por americanos e soviéticos, as estimativas anteriores apontavam que essa atividade deveria ter encerrado entre 2,8 bilhões e 3 bilhões de anos atrás. Entretanto, como essas amostras foram trazidas de regiões consideradas mais antigas da superfície lunar, os cientistas precisavam de amostras de outros locais para fazer uma melhor estimativa.
A nova pesquisa chinesa demonstra que o interior lunar se manteve ativo por mais tempo do que se acreditava antes, trazendo mais insights sobre a formação e evolução geológica da Lua.
“Atividades vulcânicas são uma coisa muito importante na Lua. Eles mostram a vitalidade dentro da Lua e representam a reciclagem de energia e matéria dentro da Lua”, explicou Li durante a coletiva.
Chang’e-5
A Chang’e-5 foi a primeira sonda de retorno de amostras lançada pela China. A sonda pousou em 1º dezembro de 2020 próximo ao Mons Rümker, uma formação vulcânica localizada no noroeste do lado visível da Lua, numa região conhecida como Oceano das Tempestades.
O local foi escolhido pelos pesquisadores chineses justamente por acreditarem que ela teria sido formada mais recentemente. Nesta região, a sonda coletou quase dois quilos de rochas e sedimentos, antes de decolar de volta para nosso planeta.
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O retorno bem-sucedido à Terra ocorreu em 17 de dezembro, trazendo as primeiras rochas lunares para a Terra desde as missões dos Estados Unidos e da ex-União Soviética, durante as décadas de 1960 e 1970.
A China tem planos de trazer para Terra amostras lunares adicionais, assim como coletar o solo de um asteroide e do planeta Marte. Recentemente, a missão anterior, a Chang’e 4, completou 1.000 dias em operação na cratera Von Kármán localizada no outro lado da Lua, que não é visível da Terra.
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