Ambiciosa missão chinesa decola em direção à Marte

Missão Tianwen-1 vai orbitar, pousar e liberar um veículo robótico na superfície do planeta vermelho.

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Foguete Long March 5 decola transportando a missão Tianwen-1. Imagem: Administração Nacional do Espaço da China (CNSA).

Na madrugada desta quinta-feira, 23, a China lançou com sucesso a missão Tianwen-1 (“Perguntas para o Céu” em chinês), a segunda espaçonave que é enviada neste mês em direção ao planeta Marte. O lançamento ocorreu às 1h41 (horário de Brasília), a partir do Centro de Lançamento de Satélites Wenchang, na ilha chinesa de Hainan.

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A Tianwen-1 é composta por uma sonda orbital, um veículo de pouso e um robô que vai se deslocar na superfície marciana. A missão é ambiciosa, pois essa combinação de naves nunca havia sido lançada antes em direção à Marte. Além disso, o desenvolvimento e execução do projeto é totalmente idealizado pela Administração Nacional do Espaço da China (CNSA).

“Nenhuma missão planetária foi implementada dessa maneira. Se for bem-sucedida, significaria um grande avanço técnico” dizem os membros da equipe da missão, em um artigo publicado na Nature Astronomy.

Em 2011, os chineses, em colaboração com a Rússia, já haviam lançado uma sonda em direção ao planeta vermelho, mas uma falha deixou a sonda Yinghuo-1 presa em órbita da Terra.

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A espaçonave chinesa deve chegar em Marte em fevereiro de 2021. Ela entrará numa órbita elíptica polar, numa distância entre 265 km e 12 mil km do planeta.

Já o lander e o rover devem pousar em Utopia Planitia, uma grande planície do hemisfério norte de Marte, entre abril e maio do ano que vem. Na mesma região, a NASA pousou a Viking 2, em 1976.

O orbitador será responsável por retransmitir informações do rover para a Terra, além de estudar o planeta, utilizando sete instrumentos científicos. Enquanto isso, o robô na superfície funcionará durante 90 dias marcianos, explorando os arredores do local de pouso com seus seis instrumentos.

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Os principais objetivos da missão chinesa é estudar a morfologia e a estrutura geológica do planeta; analisar as características da superfície e a distribuição de água e gelo; investigar a composição do material do solo; medir a ionosfera e as características do clima e ambiente marciano na superfície; e perceber os campos físicos (eletromagnético e gravitacional), além da estrutura interna de Marte.

No último domingo, 19, os Emirados Árabes Unidos lançaram em direção ao planeta vermelho a missão Al Amal (“Esperança” em árabe). No próximo dia 30, será a vez dos Estados Unidos lançar a Perseverence (“Perseverança” em português).

O lançamento dessas três missões neste mês ocorre devido a um alinhamento adequado entre a Terra e Marte, o que permite economizar combustível e reduzir o tempo de viagem. O próximo alinhamento adequado só deve ocorrer daqui 26 meses.

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Concepção artística do lander e rover chinês na superfície de Marte. Imagem: CNSA

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.