NASA revela os atributos que a 1ª mulher a pisar na Lua precisa ter

Atualmente, dos 48 astronautas ativos da agência espacial americana, 16 são mulheres.

Selfie da astronauta Anne McClain durante sua primeira caminhada espacial, em março de 2019.
Selfie da astronauta Anne McClain durante sua primeira caminhada espacial, em março de 2019. Crédito da imagem: NASA

Enquanto a NASA se prepara para retomar as missões tripuladas à Lua, é grande a expectativa de quem será a primeira mulher a pisar em solo lunar. Segundo o administrador da agência espacial dos Estados Unidos, Jim Bridenstine, a primeira mulher a andar na superfície da Lua precisará de carisma e experiência em voos espaciais.

A NASA sempre selecionou com muito cuidado os seus astronautas, principalmente aqueles escolhidos para missões que são consideradas históricas.

A primeira mulher a pisar na Lua terá o potencial de se tornar uma grande inspiração para meninas, mulheres e a sociedade como um todo. Portanto, o retorno das missões tripuladas à Lua exigirá muito mais do que desempenhar bem a missão, mas que as candidatas também consigam falar e se conectar com o público.

Mas isso não é tudo. Para a astronauta aposentada Kathryn Sullivan, a primeira mulher americana a caminhar no espaço, em 1984, o marketing também pode falar mais alto durante a seleção da NASA.

“Eu não ficaria chocado se a escolha de uma mulher para a missão lunar fosse voltada para alguém fotogênico”, opina Sullivan.

É provável que outros requisitos adicionais também podem ser exigidos, como, por exemplo, o conhecimento em geologia, já que a agência espacial pretende procurar gelo na Lua.

A idade não é uma barreira, desde que a candidata tenha preparação física e agilidade para se movimentar com trajes espaciais.

Mulheres elegíveis

Atualmente, a NASA possui 48 astronautas ativos, sendo que 16 são mulheres.

Entre as potenciais candidatas à missão lunar estão as astronautas Christina Koch, 41 anos, e Jessica Meir, 43, que realizaram neste ano a primeira caminhada espacial exclusivamente feminina. Elas demonstraram que podem trabalhar juntas em uma situação de alta pressão e sob os holofotes da mídia.

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Outras astronautas que chamam a atenção pela experiência são Sunita Williams, 54, que passou 322 dias no espaço ao longo de duas missões; Tracy Caldwell Dyson, 51, que passou 174 dias em órbita; e Stephanie Wilson, 53, que voou em três missões de ônibus espaciais.

Apesar destas terem mais de 50 anos, isso não significa necessariamente que elas seriam desqualificadas para a missão lunar. Na verdade, elas seriam boas candidatas. Por serem mais velhas, elas teriam menos tempo para desenvolver câncer por conta da exposição à radiação espacial.

Na Estação Espacial Internacional (ISS), os astronautas recebem cerca de 10 vezes a quantidade de radiação que recebem na Terra. Por isso, em vez da idade, a NASA considerará quanta radiação as astronautas receberam em órbita durante suas missões.

Com base em seus contadores de radiação pessoais, a agência espacial pode descartar aquelas que têm um risco elevado de desenvolver câncer, mesmo que elas tenham grande experiência no espaço.

Minorias

Na lista de astronautas elegíveis também estão minorias, como, por exemplo, as afro-americanas Jeanette J. Epps, 49; Jessica Watkin, 32; e Stephanie Wilson, 53.

Já a iraniana-americana Anne McClain, 41 é a única astronauta lésbica assumida.

A expectativa é que quatro astronautas deverão embarcar na futura missão lunar e dois deles deverão pousar na Lua, incluindo pelo menos uma mulher.

Bridenstine também revelou recentemente que a missão de 2024 poderia, até mesmo, ter mais de uma mulher.

Apesar do cronograma apertado de retomar os voos tripulados para a Lua até 2024, a NASA ainda não tem uma data definida para anunciar os astronautas selecionados para a missão Artemis.

“A NASA pegará tudo o que aprendeu ao longo das décadas e aplicará essas lições a esta decisão” afirmou Brian C. Odom, historiador-chefe da NASA em exercício.

Por enquanto, apenas seis astronautas pisaram na Lua, entre os anos de 1969 e 1972. Todos eram homens.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.