NASA vai explorar asteroide que vale mais que o PIB mundial

Agência espacial afirma que objeto pode oferecer pistas sobre a formação do Sistema Solar.

Engenheiros da NASA integram um espectrômetro de raios gama na espaçonave Psyche.
Engenheiros da NASA integram um espectrômetro de raios gama na espaçonave Psyche. Crédito: NASA/JPL-Caltech

A NASA anunciou que pretende lançar a missão Psyche ao espaço em agosto de 2022. O objetivo é estudar o asteroide 16 Psique, que possui uma quantidade de metal avaliada na casa dos quintilhões de dólares, valor muitas vezes superior ao PIB de todos os países do mundo somados.

O asteroide foi descoberto em 1852, pelo astrônomo italiano Annibale de Gasparis. O nome é uma referência à Psiquê, a deusa grega da alma que nasceu mortal e se casou com Eros, o deus do Amor.

O 16 Psique tem uma órbita entre as de Marte e Júpiter, em uma distância que varia entre 378 milhões a 497 milhões de km (sendo assim três vezes mais distante do Sol do que a Terra).

Entretanto, o que chama a atenção neste asteroide de cerca de 280 km de diâmetro é que ele é quase todo formado por metais, diferentemente de outros objetos que são formados principalmente por rocha ou gelo.

Inicialmente, acreditava-se que 90% da composição do asteroide era metálica. Porém, um novo estudo estimou que Psique tem mais probabilidade de ser formado entre 30% e 60% por metal.

Acredita-se que ele possa ser um bloco de construção planetário inicial que teve a sua casca rochosa externa arrancada durante uma colisão com outro grande objeto.

O mesmo estudo aponta que o asteroide tem baixo teor de óxidos de ferros – compostos químicos feitos de ferro e oxigênio – e que são muito comuns em planetas rochosos como a Terra, Vênus, Marte e Mercúrio.

“Deve haver uma estranha história sobre como ele [o asteroide] foi criado – porque não se encaixa nas histórias padrão de criações planetárias”, disse Elkins-Tanton, o pesquisador que liderou o estudo.

Missão Psyche

A NASA pretende enviar a espaçonave para orbitar o asteroide 16 Psique durante dois anos, tirando fotos, mapeando a superfície, analisando a composição e procurando evidências de um campo magnético.

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Esta será a primeira vez que um asteroide com grandes quantidades de metais será explorado.

“A missão também oferece potencialmente a primeira oportunidade de examinar diretamente o interior de um planeta rochoso, oferecendo uma visão do interior de um corpo planetário previamente dividido em camadas que, de outra forma, nunca poderia ser visto. O que os cientistas aprenderem pode lançar luz adicional sobre como a Terra e outros planetas rochosos se formaram”, explica a NASA em comunicado.

A expectativa é que a sonda Psyche entre em órbita do asteroide no final do ano de 2025, cerca de três anos após o lançamento.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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