NASA vai lançar cubesat para desvendar mistério solar

Pequeno satélite utilizará espectrômetros para medir diferentes comprimentos de onda das emissões de raios X do Sol.

NASA vai lançar cubesat para desvendar mistério solar

Para entender os mecanismos por trás das tempestades solares, a NASA pretende lançar em breve o CubIXSS, um cubesat – também chamado de nanossatélite – que terá o objetivo de estudar a origem do plasma quente em erupções e regiões ativas do Sol.

Uma explosão solar acontece quando campos magnéticos se tornam tão retorcidos que, ao voltarem a um estado menos emaranhado, eles acabam liberando uma grande quantidade de energia.

A explosão solar aquece o plasma do Sol naquela região até atingir dezenas de milhões de graus Celsius. Isso é consideravelmente mais quente do que o resto da coroa do Sol, que normalmente varia de um a alguns milhões de graus, e muito mais quente do que a superfície do Sol, que tem apenas cerca de 6.000° C.

A ideia do nanossatélite é medir na faixa dos raios X quanto plasma dessas erupções é aquecido diretamente na corona solar e quanto é aquecido na atmosfera inferior do Sol e depois transportado para a corona.

“CubIXSS medirá os raios X que vêm desses fenômenos, para nos permitir desvendar esse mistério”, afirmou Amir Caspi, cientista do Southwest Research Institute e líder da missão.

Cubesat de raios X

O nanossatélite CubIXSS – sigla em inglês para “Espectrômetro Solar de Raios-X CubeSat Imaging” – terá pouco mais de 36 cm de comprimento e levará vários espectrômetros para medir diferentes comprimentos de onda de raios X do Sol, incluindo um novo tipo de espectrômetro de imagem para determinar as quantidades de certos elementos-chave na coroa solar.

“Algumas espécies elementares – certos íons – só podem existir em uma faixa específica de temperaturas, então ver quais elementos são mais prevalentes nos ajuda a criar um mapa de temperatura. Observações anteriores mostraram uma proporção maior de certos elementos na coroa do que em outras regiões do Sol. Medindo a abundância desses elementos em cada temperatura, seremos capazes de dizer de onde veio o plasma aquecido”, explicou Caspi.

CubIXSS será o primeiro dispositivo desse tipo a medir rotineiramente certos comprimentos de onda de emissões de raios X solares.

Layout do CubIXSS selecionado pela NASA. Crédito: : SwRI

Além do Sol, o estudo das emissões de raio-X da nossa estrela ajuda a entender o impacto delas sobre a Terra. Os raios X emitidos pelo Sol contribuem para a expansão da atmosfera superior do nosso planeta, o que pode causar um maior arrasto sobre os satélites em órbitas baixas e alterar suas trajetórias. Eles também causam mudanças na ionosfera da Terra, uma região carregada na alta atmosfera, que pode afetar as comunicações via rádio.

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Na última quinta-feira, 28 de outubro de 2021, por exemplo, ocorreu uma poderosa erupção solar – a segunda mais forte do ano -, o que desencadeou uma onda de partículas carregadas que atingiu a Terra neste último fim de semana. Felizmente, ela não era forte o suficiente para gerar algum impacto sobre a nossa tecnologia.

Dessa forma, espera-se que o pequeno satélite ajude a prever eventos de “clima espacial” e minimizar os seus efeitos sobre a Terra.

O desenvolvimento do novo cubesat está previsto para iniciar no final deste ano. A NASA pretende lançar o CubIXSS até dezembro de 2024.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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