Confira como é a profissão do astrônomo no nosso país, bem como detalhes sobre os cursos e formas de ingresso no ensino superior.

Se você curte ciências e gosta de temas como estrelas, galáxias e buracos negros, então a faculdade de astronomia pode ser uma boa opção para você. Atualmente, o Brasil conta com três universidades que oferecem a graduação em astronomia.

Porém, se você mora longe de uma delas, poderá fazer a faculdade de física mais próxima de sua casa e, posteriormente, fazer uma especialização em astronomia nestas ou em outras faculdades, uma vez que a grade curricular dos dois cursos é parecida.

Os astrônomos são cientistas que estudam o Universo e seus objetos. Eles buscam ampliar o conhecimento científico da humanidade sobre a formação e evolução do cosmos por meio de observações e modelagens teóricas.

Você poderá fazer pesquisas em astronomia observacional, usando telescópios e câmeras para observar estrelas, galáxias e outros objetos astronômicos; ou seguir na astronomia teórica, no qual usará matemática e modelos computacionais para explicar o funcionamento do universo.

Boa parte das pesquisas modernas em astronomia envolve programação e modelagem de computador. Geralmente, o candidato precisa gostar de física e matemática, pois os primeiros semestres do curso são puxados nestas áreas.

Durante a faculdade de astronomia, você participará de aulas teóricas e experimentais, entendendo como as estrelas emitem luz ou como os buracos negros são formados, por exemplo.

Quem pretende seguir em especializações após formado, incluindo pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, este caminho leva cerca de 12 anos da vida do estudante. Porém, se você for uma mente brilhante e se dedicar, pode encurtar esse período.

A faculdade de astronomia é uma carreira fascinante e abre um amplo leque de opções para o estudante, podendo se especializar em diversas áreas, como geologia planetária, cosmologia, exobiologia, engenharia, entre outros.

Onde trabalhar como astrônomo?

Esqueça aquela velha imagem do astrônomo trabalhando em um observatório isolado no topo de uma montanha. Embora alguns astrônomos ainda façam observações presenciais durante a noite, esse tipo de pesquisa está se tornando cada vez mais rara. Atualmente, os dados são coletados por telescópios remotos (terrestres e espaciais), sendo enviados pela internet, permitindo que os dados sejam analisados ​​durante o horário comercial de trabalho.

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O astrônomo moderno pode trabalhar em universidades e agências governamentais, tanto no Brasil, quanto no exterior.

Para quem quer seguir na área de pesquisa, o país conta com parcerias com grandes observatórios ao redor do mundo, permitindo que ele possa realizar estudos a partir de grandes instrumentos e sendo financiado por bolsas de estudo.

Além disso, as habilidades em matemática e programação desenvolvidas durante a faculdade de astronomia podem ser aproveitadas em outros setores do mercado de trabalho, não necessariamente na astronomia, como empresas de tecnologia, nas áreas de computação científica e inteligência artificial, por exemplo. Há casos de astrônomos que utilizaram os conhecimentos adquiridos em cálculos para trabalhar no mercado financeiro. Também é possível atuar desenvolvendo novas tecnologias para empresas privadas.

Existe ainda a possibilidade de trabalhar com o ensino ou divulgação da astronomia, seja por meio de páginas e redes sociais na internet, ministrando palestras e cursos presenciais e online ou atuando em observatórios e planetários espalhados pelo Brasil.

Qual o salário de um astrônomo?

De acordo com o Código Brasileiro da Ocupação (CBO), o astrônomo entra na categoria de profissionais das ciências atmosféricas e espaciais e de astronomia, que pertence ao grupo dos físicos e meteorologistas.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), no período de março de 2021 a fevereiro de 2022, um astrônomo no Brasil ganhava em média R$ 6.840,00 por mês.

Os maiores salários e a maior quantidade de vagas no país estão concentrados no estado de São Paulo. Entretanto, diante da quantidade de áreas e opções que ele pode atuar, isso pode variar bastante.

Exemplos de faculdade de astronomia no Brasil

UFRJ

O curso de astronomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é o mais antigo do Brasil, criado em 1958. As aulas ocorrem juntamente com o Instituto de Física e o Instituto de Matemática da URFJ. Além disso, o estudante tem acesso ao Observatório do Valongo (OV), que permite o desenvolvimento das atividades acadêmicas.

O curso é gratuito, com o ingresso sendo feito por meio do vestibular. A universidade aderiu ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como forma de seleção, a partir da pontuação da Sistema de Seleção Unificada (SISU).

Todos os anos são oferecidas 20 vagas por ano para o curso de astronomia da UFRJ. Em média, são formados cerca de 6 alunos por ano.

Além da graduação em astronomia, o Observatório do Valongo conta com um curso de pós-graduação em Astronomia e Astrofísica, uma opção para quem fez a faculdade de física.

A graduação tem duração de 8 semestres (4 anos), tendo 29 disciplinas e Astronomia, Física, Matemática e de outras áreas afins, com o aluno cursando obrigatoriamente 1905 horas-aula, independentemente de sua opção de ênfase.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), a nota do curso de astronomia da UFRJ no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) é 3 de 5 e do Conceito Preliminar de Curso (CPC) é de 3 de 5.

O Observatório do Valongo está localizado na Ladeira Pedro Antônio, 43, Centro – Rio de Janeiro/RJ.

Mais informações sobre o curso podem ser consultadas no site do curso de astronomia da UFRJ.

USP

Desde 1988, a Universidade de São Paulo (USP) oferecia o curso de física com habilitação em astronomia. Entretanto, o curso está em período de extinção, sendo substituído pelo bacharelado em astronomia, existente desde 2009.

O ingresso na USP é feito pela Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) e também pela pontuação do SISU, com o aluno estudando no período matutino no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP), localizada na Rua do Matão, 1226, na Cidade Universitária em São Paulo/SP.

As aulas são ministradas por professores doutores do IAG e também dos Institutos de Física (IF) e de Matemática e Estatística (IME) da USP. Como laboratório científico para os alunos, o IAG conta com o Observatório Abrahão de Moraes (OAM), localizado em Valinhos, no interior do estado de São Paulo.

O curso é gratuito, com a duração de 8 semestres e carga de 1920 horas-aulas obrigatórias. São oferecidas anualmente 20 vagas para o curso de astronomia. O curso de astronomia da USP ainda não conta com notas do ENADE e CPC publicadas no MEC.

Além disso, os alunos formados no bacharelado em astronomia no IAG podem obter um segundo diploma em física pelo IF cursando apenas um ou dois semestre naquela unidade.

Mais informações sobre a graduação podem ser consultadas no site do IAG-USP.

UFS

Desde 2011, a Universidade Federal do Sergipe (UFS) oferece o curso gratuito de graduação em física com habilitação em astrofísica. Ao todo são oferecidas 50 vagas por ano e conta na grade curricular as disciplinas fundamentais do bacharelado em física e mais as disciplinas específicas da astrofísica.

Assim como em outras universidades, o estudante terá acesso a bases sólidas em física, astrofísica, matemática e computação. Ao todo são 8 semestres (4 anos). As aulas são presenciais, ocorrendo no período vespertino.

Para ingressar na UFS também é preciso ter prestado o ENEM, utilizando a pontuação do sistema SISU.

A nota do ENADE é 1 (2017) e o CEP é 3 (2017).

A UFS também oferece mestrado e doutorado em física/astrofísica.

O Departamento de Física da UFS está localizado no Campus São Cristóvão, na Av. Marechal Rondon, s/n, Jardim Rosa Elze, em São Cristóvão/SE.

Mais informações sobre o curso podem ser consultadas no site do curso de física/astrofísica da UFS.

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