NASA e ESA divulgam as fotos mais próximas já tiradas do Sol

Imagens mostram ‘fogueiras’ que podem explicar grande mistério solar.

nasa e esa divulgam as fotos mais próximas já tiradas do sol
Detalhes da superfície solar, captados pela sonda Solar Orbiter. Imagem: Solar Orbiter/EUI Team/ESA & NASA; CSL, IAS, MPS, PMOD/WRC, ROB, UCL/MSSL

A espera acabou. A NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) divulgaram os dados e as primeiras imagens captadas do Sol pela sonda Solar Orbiter, lançada em 9 de fevereiro de 2020. A espaçonave completou o seu primeiro voo rasante, se aproximando a 77 milhões de quilômetros do Sol, em meados de junho, mas somente nesta quinta-feira, 16, as imagens foram reveladas ao público.

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Durante o encontro, todos os 10 instrumentos da sonda estavam ligados, captando as imagens mais próximas do Sol até agora. Outras naves espaciais já passaram mais próximo, mas nenhuma delas estava fotografando a superfície solar.

Geralmente, as primeiras imagens de uma sonda servem apenas para confirmar se os instrumentos estão realmente funcionando. Porém, a Solar Orbiter já conseguiu de primeira apresentar recursos solares nunca observados com tanto detalhe.

“Essas imagens surpreendentes ajudarão os cientistas a reunir informações das camadas atmosféricas do Sol, o que é importante para entender como ela conduz o clima espacial perto da Terra e em todo o Sistema Solar” comemora Holly Gilbert, cientista da NASA.

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Nas imagens foi possível encontrar pequenas labaredas que foram apelidadas de “fogueiras”. Elas estão tremulando por toda a coroa solar e podem ser a chave para explicar o porquê da atmosfera externa do Sol (a coroa) é 300 vezes mais quente que a sua superfície visível, um mistério que existe há décadas.

Acreditava-se que o efeito do aquecimento da coroa era provocado pelos campos magnéticos contorcidos do Sol, mas o mecanismo que converte energia magnética em calor ainda não foi totalmente explicado.

Os cientistas ainda não sabem se as fogueiras são apenas pequenas versões de grandes explosões ou se são movidas por diferentes causas. Para ter certeza, os cientistas precisam do próximo conjunto de dados que serão enviados pela Solar Orbiter, quando ela estiver mais perto do Sol.

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Setas mostram a descoberta das “fogueiras” na superfície solar. Imagem: Solar Orbiter/EUI Team/ESA & NASA; CSL, IAS, MPS, PMOD/WRC, ROB, UCL/MSSL

No início de 2021, a sonda fará uma nova aproximação do Sol. No entanto, as operações científicas completas começarão apenas em março de 2022. A sonda deve começar a sondar os polos solares até 2025, com suas melhores observações polares ocorrendo em 2027.

A expectativa é que durante a missão ela chegue a 42 milhões de quilômetros da estrela, mais perto do que o planeta Mercúrio está do Sol.

A Solar Orbiter é um projeto que contou com uma colaboração internacional entre a ESA e a NASA.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.