ESA vai ‘acordar’ robô espacial inteligente

Experimento de inteligência artificial receberá uma nova atualização em breve.

O astronauta alemão Alexander Gerst interagindo com o CIMON, em 2018.
O astronauta alemão Alexander Gerst interagindo com o CIMON, em 2018. Imagem: ESA/NASA

A partir de outubro de 2021, os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) contarão novamente com um robô inteligente a bordo, chamado de CIMON-2 (abreviação de Crew Interactive Mobile Companion).

A esfera flutuante dotada de um rosto amigável já foi utilizada nos últimos anos em missões anteriores de astronautas europeus. O experimento de inteligência artificial (IA) estava desativado desde fevereiro de 2020. Agora, o robô receberá uma atualização que o tornará ainda mais inteligente.

O robô utiliza um software de reconhecimento e síntese de voz do Watson, uma IA desenvolvida pela IBM. Ele permite que CIMON converse com astronautas e responde a comandos de voz. A primeira geração do robô chegou na estação espacial em 2018, mas já retornou à Terra para exposição em museus alemães. O robô atual, o CIMON-2, de segunda geração, permanece a bordo da ISS.

Ele será “ressuscitado” quando o astronauta alemão Matthias Maurer, da Agência Espacial Europeia (ESA), chegar na ISS, por meio de um voo da SpaceX, em outubro. Neste quase um ano e meio que o robô estava desativado, engenheiros trabalharam para melhorar a conexão dele com a Terra, para evitar interrupções.

“A esfera é apenas a extremidade dianteira. Todo o reconhecimento de voz e inteligência artificial acontecem na Terra, em um data center da IBM em Frankfurt, na Alemanha. O sinal do CIMON tem que viajar através de satélites e estações terrestres para o data center e vice-versa. Focamos em melhorar a robustez dessa conexão para evitar interrupções”, afirma Till Eisenberg, da empresa Airbus e gerente de projeto do CIMON.

O CIMON-2 deverá trabalhar na ISS nos próximos anos, durante quatro missões consecutivas. Os astronautas vão testar o novo software, além de permitir que a esfera participe de experimentos mais complexos. A ideia é que os astronautas deixem de usar pranchetas de procedimentos e passem a executar tarefas a partir de comandos guiados pela inteligência artificial. O robô também pode pesquisar informações adicionais e documentar os experimentos.

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Por enquanto, o CIMON foi programado para navegar apenas no módulo europeu Columbus. Pesando 5 kg, ele flutua com o auxílio de pequenos jatos de ar e sensores ultrassônicos para evitar paredes e equipamentos. Ele também conta com uma câmera de alta resolução que reconhece individualmente o rosto dos astronautas. O assistente robótico tem também duas câmeras menores nas laterais para tirar fotos e gravar vídeos e um total de nove microfones para identificar a origem dos sons e gravar a fala.

A expectativa é que o robô espacial de terceira geração, o CIMON-3, deixe de necessitar de uma conexão com a Terra, utilizando apenas os recursos computacionais a bordo para funcionar. Isso permitirá que ele seja usado em missões futuras à Lua e Marte.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.