Astronauta testa tecnologia que permite mover objetos com o som

Experimento busca manipular e estudar objetos ou líquidos sem nunca entrar em contato com eles.

O astronauta Thomas Pesquet durante experimento com a pinça ultrassônica.
O astronauta Thomas Pesquet durante experimento com a pinça ultrassônica. Imagem: ESA / NASA – T. Pesquet

Em órbita há quase cinco meses – a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) – o astronauta francês Thomas Pesquet, da Agência Espacial Europeia (ESA) está realizando experimentos com uma nova tecnologia que permite manipular objetos utilizando ondas acústicas. O experimento é chamado de “Ultrasonic Tweezers” (ou “Pinças Ultrassônicas”) e busca mover coisas sem precisar entrar em contato com elas.

Mover objetos sem tocar neles não é uma novidade. Desde 1987, a pinça óptica é muito utilizada na biologia para mover suavemente células utilizando feixes de laser. Porém, ela não funciona em uma grande variedade de materiais, o que motivou o desenvolvimento das pinças ultrassônicas.

Na Terra, a técnica de mover objetos com o som já funciona, mas ainda de forma muito limitada, levantando apenas objetos muito leves, como o poliestireno. Já em órbita, se beneficiando da microgravidade, o astronauta está fazendo experimentos para manipular objetos de formas, pesos e composições diferentes, incluindo líquidos e géis.

Ao utilizar a pinça, o objeto fica preso em uma espécie de “armadilha sônica”, podendo movê-lo com grande precisão e em meio a obstáculos. O feixe acústico é inaudível ao ouvido humano.

Pinça Ultrassônica

A ideia por trás das pinças ultrassônicas é que a tecnologia poderá ser utilizada para realizar experimentos com materiais perigosos, tóxicos ou biológicos, sem precisar entrar em contato com eles, minimizando os riscos de contaminação.

No Twitter, o astronauta brincou dizendo que o equipamento não é um chuveiro, mas que se trata de uma demonstração de tecnologia. A pinça ultrassônica permanecerá a bordo da ISS após o retorno de Pesquet à Terra.

O objetivo é que a tecnologia poderá ser aplicada em estudos científicos, como, por exemplo, capturar a evaporação da água para entender melhor a física por trás do fenômeno. Futuramente, as pinças ultrassônicas poderiam ser utilizadas na medicina, para remover pedras nos rins ou administrar medicamentos específicos em pacientes.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.