ELT: ESO lança novo site sobre o ambicioso megaobservatório

Observatório terá uma cúpula de 80 metros de altura e um espelho primário de 39 metros de diâmetro.

Concepção artística do ELT no Cerro Armazones, no deserto do Atacama, no Chile.
Concepção artística do ELT no Cerro Armazones, no deserto do Atacama, no Chile. Crédito da imagem: ESO

O Observatório Europeu do Sul (ESO) acaba de lançar um novo site do Telescópio Extremamente Grande (ELT), um megaobservatório que está em construção no deserto do Atacama, no Chile. O site traz informações interessantes como um pouco da história por trás deste grande telescópio, marcos importantes conquistados, bem como a dimensão deste projeto ambicioso.

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Por exemplo, a cúpula terá cerca de 80 metros de altura e abrigará um espelho primário de 39 metros de diâmetro, se tornando assim no maior telescópio de luz visível e infravermelha do mundo.

O novo instrumento do ESO será capaz de rastrear planetas semelhantes à Terra em torno de estrelas, investigar a natureza da matéria escura e da energia escura, estudar objetos da Via-Láctea, bem como analisar a evolução de galáxias distantes.

A expectativa é que a construção do ELT seja concluída em 2025.

“O novo site tem um design responsivo, o que significa que funciona perfeitamente em todos os dispositivos: laptops, desktops, smartphones e tablets. Ele fornece uma experiência de usuário informativa e envolvente para todos os interessados ​​no telescópio, que mudará drasticamente o que sabemos sobre o nosso Universo”, afirma o comunicado do ESO.

Para acessar o novo site do ELT (em inglês), basta clicar aqui.

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Participação brasileira

O Brasil foi um dos convidados para participar da construção e utilização do ELT.

Em dezembro de 2010, o país foi aprovado por unanimidade pelo ESO para se tornar o primeiro membro não europeu do consórcio.

No acordo era previsto não apenas o acesso de astrônomos do Brasil à rede de telescópios do ESO, mas também a participação de empresas brasileiras na construção de observatórios.

Em contrapartida, o país teria que desembolsar R$ 1 bilhão, parcelados ao longo de 10 anos.

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Na época, a fatura era considerada alta e chegou a dividir a opinião de astrônomos brasileiros, questionando se esse dinheiro não poderia ser investido em outros projetos ou consórcios científicos menores.

Após 5 anos tramitando no Congresso Nacional, a participação do Brasil no ESO foi aprovada. Entretanto, o pagamento pelo Executivo acabou emperrando.

Enquanto isso, astrônomos brasileiros já estavam pedindo e ganhando tempo de utilização em observatórios do ESO.

Apesar da renegociação dos termos e até mesmo a concessão de um desconto, o Brasil continuou a não honrar com a sua parte financeira.

Finalmente, em 2018, o ESO decidiu suspender a participação do país no consórcio por falta de pagamento.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.