Uma por uma: conheça as constelações visíveis no Brasil

A depender da sua localização, é possível observar cerca de 45 constelações no hemisfério sul. Além disso, outras 15 podem ser vistas parcialmente.

Astrofoto da constelação de Órion.
Astrofoto da constelação de Órion. Imagem: Adrian Mag/Unsplash

O céu do hemisfério sul é rico em histórias e formações estelares que fascinam a humanidade por séculos. Seja você um aspirante a astrônomo ou apenas um entusiasta da observação das estrelas, compreender as constelações e estrelas visíveis no Brasil pode ser uma experiência cativante.

Vale lembrar que o nosso país tem um tamanho continental e, por isso, nem todas as constelações desta lista são visíveis em todo o país. Elas podem aparecer mais altas ou baixas no céu, além de serem vistas de forma parcial ou mesmo não sendo visíveis, a depender da sua localização.

Confira a lista das principais constelações visíveis no hemisfério sul:

Antlia (Máquina Pneumática)

Antlia (Máquina Pneumática)

É uma constelação introduzida pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille no século XVIII. Ao contrário de muitas constelações tradicionais, Antlia não tem origem mitológica; seu nome homenageia o invento científico da bomba de ar – recém descoberta na época –, essencial para estudos sobre o vácuo na época. Entre os principais objetos celestes de Antlia estão a estrela Alpha Antliae, uma gigante vermelha, e várias galáxias distantes, como a NGC 2997, uma galáxia espiral. No Brasil, Antlia é melhor observável durante os meses de dezembro a maio, quando alcança sua melhor posição no céu noturno.

Apus (Ave do Paraíso)

Apus (Ave do Paraíso)

É uma constelação introduzida no século XVI pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman. Seu nome deriva do grego “apous”, que significa “sem pés”, refletindo a antiga crença europeia de que essas aves exóticas não tinham pés, pois os espécimes enviados eram preparados sem eles. Entre os principais objetos celestes de Apus estão as estrelas Alpha Apodis e Gamma Apodis, ambas gigantes vermelhas, e o sistema estelar duplo Delta Apodis. No Brasil, Apus aparece baixa no céu, sendo melhor observável entre os meses de março e setembro. 

Aquarius (Aquário)

Aquarius (Aquário)

É uma constelação com origens na mitologia grega. Ela representa Ganimedes, um jovem de extraordinária beleza levado ao Olimpo por Zeus para ser o copeiro dos deuses, servindo-lhes néctar e ambrosia. Entre os principais objetos celestes de Aquarius estão a Nebulosa Helix (NGC 7293), uma das nebulosas planetárias mais próximas da Terra, e os aglomerados globulares Messier 2 e Messier 72. No Brasil, Aquarius é melhor observável entre os meses de junho e outubro.

Aquila (Águia)

Aquila (Águia)

É uma constelação com raízes na mitologia grega, onde representa a águia de Zeus. Acredita-se que Aquila era a ave que carregava o raio de Zeus e, em algumas versões, também foi responsável por levar Ganimedes ao Olimpo. O destaque de Aquila é a estrela Altair, uma das mais brilhantes do céu e parte do famoso asterismo em formato de triângulo, junto com as estrelas  Vega e Deneb. A constelação abriga ainda vários objetos de interesse, como o aglomerado estelar NGC 6709. No Brasil, Aquila é melhor observável especialmente entre abril e outubro.

Ara (Altar)

Ara (Altar)

É uma constelação com origens na mitologia grega, onde simboliza o altar construído por Zeus e os deuses para celebrar a vitória sobre os Titãs. Segundo a lenda, as estrelas de Ara representam o fogo sagrado deste altar. Entre os principais objetos celestes da constelação estão o aglomerado globular NGC 6397, um dos mais próximos da Terra, e a nebulosa escura RCW 108. Ara é uma constelação melhor observável no Brasil principalmente entre março e setembro.

Caelum (Cinzel)

Caelum (Cinzel)

É uma constelação introduzida no século XVIII pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille. Ela representa um cinzel de escultor, refletindo a paixão de Lacaille por homenagear instrumentos de ciência e artes. Embora seja uma constelação pequena e pouco brilhante, Caelum abriga alguns objetos celestes interessantes, como a estrela dupla γ Caeli e galáxias distantes, incluindo a espiral barrada NGC 1679. No Brasil. Caelum é melhor observável entre setembro e fevereiro, quando atinge sua melhor posição no céu noturno.

Canis Major (Cão Maior)

Canis Major (Cão Maior)

É uma constelação com origem na mitologia grega, onde representa o cão de caça de Orion, o grande caçador. A constelação é famosa por abrigar Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno, também conhecida como “Estrela do Cão”. Além de Sirius, Canis Major contém vários outros objetos celestes notáveis, como o aglomerado estelar aberto Messier 41. No Brasil, Canis Major é melhor observável entre outubro e março, quando Sirius brilha intensamente e a constelação atinge sua posição mais proeminente no céu noturno.

Canis Minor (Cão Menor)

Canis Minor (Cão Menor)

Cão Menor, ou Cão Menor, é uma pequena constelação – uma das menores do céu. Na mitologia grega, Canis Minor é frequentemente associado ao cão de caça que acompanha Orion, o grande caçador, junto com seu companheiro maior, Canis Major. Canis Minor é notável por abrigar a estrela Procyon, a oitava estrela mais brilhante do céu noturno, que, junto com Sirius e Betelgeuse, forma um triângulo no céu. Embora pequeno, Canis Minor contém alguns objetos de interesse, como a Estela de Luyten, uma anã vermelha próxima da Terra, há cerca de 12 anos luz. No Brasil, Canis Minor é melhor observável entre outubro e abril.

Capricornus (Capricórnio)

Capricornus (Capricórnio)

É uma constelação com raízes na mitologia babilônica e grega. Ela representa uma criatura mitológica, metade cabra e metade peixe, que se acredita ser Amalteia, a cabra que amamentou Zeus, ou Pan, o deus dos bosques, que se transformou em uma criatura marinha para escapar de Tifão. Entre os principais objetos celestes de Capricornus estão as estrelas Alpha Capricorni, um sistema estelar duplo, e Beta Capricorni, que também é um sistema múltiplo. No Brasil, Capricórnio é melhor observável principalmente durante os meses de março e outubro.

Carina (Quilha)

Carina (Quilha)

Ela representa a parte da embarcação de Argo Navis, o navio utilizado por Jasão e os Argonautas na busca pelo Velocino de Ouro, na mitologia grega. A constelação é notável por abrigar a estrela Canopus, a segunda estrela mais brilhante do céu noturno, e a fascinante Nebulosa de Eta Carinae, lar de uma das estrelas mais massivas e instáveis conhecidas, a própria Eta Carinae. Carina também contém o aglomerado estelar NGC 3532, conhecido como Aglomerado do Poço dos Desejos. No Brasil, Carina é melhor observável entre os meses de outubro e maio.

Centaurus (Centauro)

Centaurus (Centauro)

É uma constelação inspirada na mitologia grega, onde representa Quíron, o sábio centauro, conhecido por seu conhecimento em medicina e por treinar grandes heróis. É uma das maiores e mais brilhantes constelações do céu, contendo Alfa Centauri, o sistema estelar mais próximo do nosso Sistema Solar, que inclui Proxima Centauri, a estrela mais próxima da Terra. Entre os objetos notáveis de Centaurus, também se destaca o aglomerado globular Omega Centauri, o maior visível da Terra. No Brasil, Centaurus é melhor observável entre os meses de janeiro e julho.

Cetus (Baleia)

Cetus (Baleia)

É uma constelação com origens na mitologia grega, onde representa a criatura enviada por Poseidon para devorar Andrômeda, filha de Cassiopeia. Apesar de seu nome, Cetus não se assemelha a uma baleia, mas a uma criatura mítica marinha. Entre os principais objetos celestes de Cetus está Mira, uma estrela variável famosa por seu brilho oscilante, e a galáxia espiral barrada Messier 77. No Brasil, Cetus é melhor observável entre os meses de agosto e dezembro.

Chamaeleon (Camaleão)

Chamaeleon (Camaleão)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida no século XVI pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman. Não possui raízes mitológicas, mas foi nomeada em homenagem ao camaleão, refletindo o fascínio europeu por animais exóticos recém-descobertos. Embora discreta e pouco brilhante, Chamaeleon é famosa por abrigar a Nuvem Molecular do Camaleão, uma região de formação estelar que contém várias protoestrelas e discos protoplanetários há 600 anos-luz do Sistema Solar. No Brasil, Chamaeleon é melhor observável baixa no céu, especialmente entre dezembro e maio.

Circinus (Compasso)

Circinus (Compasso)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille no século XVIII. Representando um compasso usado para medir ângulos, ela reflete o interesse de Lacaille por instrumentos científicos. Entre os principais objetos celestes de Circinus estão a Galáxia do Compasso, uma galáxia ativa relativamente próxima à Terra, e a Nebulosa Planetária do Compasso. No Brasil, Circinus é melhor observável entre fevereiro e agosto.

Columba (Pomba)

Columba (Pomba)

É uma constelação do hemisfério sul que foi introduzida pelo astrônomo holandês Petrus Plancius no século XVI. O nome faz referência à pomba que guiou Noé até a terra firme após o dilúvio, segundo a tradição bíblica. Columba é uma constelação discreta, mas possui alguns objetos de interesse, como a estrela Alpha Columbae, também conhecida como Phact, e Beta Columbae, ambas estrelas brilhantes da região. No Brasil, Columba é melhor observável entre os meses de outubro e fevereiro.

Corona Australis (Coroa Austral)

Corona Australis (Coroa Austral)

É uma constelação do hemisfério sul que simboliza uma coroa, frequentemente associada ao deus grego Dionísio. Na mitologia, a coroa teria sido lançada ao céu para brilhar eternamente. Apesar de seu tamanho pequeno, Corona Australis é conhecida por sua forma distinta de arco de estrelas e abriga a Nebulosa Coroa Austral, uma das regiões de formação estelar mais próximas da Terra, rica em poeira e gás interestelar. No Brasil, Corona Australis é melhor observável entre os meses de abril e setembro.

Corvus (Corvo)

Corvus (Corvo)

É uma constelação de origem grega que simboliza a ave sagrada do deus Apolo. Segundo a mitologia, o corvo foi enviado por Apolo para buscar água, mas se distraiu e trouxe uma desculpa em vez de cumprir sua missão, o que lhe rendeu um lugar no céu como castigo. Entre os principais objetos celestes de Corvus estão as estrelas Gienah e Algorab, além das galáxias espirais NGC 4038 e 4039, conhecidas como “Galáxias Antena”, que estão em processo de colisão. No Brasil, Corvus é melhor observável entre os meses de janeiro e junho.

Crater (Taça)

Crater (Taça)

É uma constelação que representa a taça sagrada do deus Apolo, ligada à mitologia grega. A lenda conta que o corvo de Apolo foi enviado para buscar água em Crater, mas ao se atrasar, trouxe de volta uma desculpa que envolvia uma serpente (Hydra). Como punição, todos foram colocados no céu. Entre os objetos celestes de Crater estão a estrela gigante laranja Delta Crateris, o sistema duplo Gamma Crateris, além da galáxia espiral barrada NGC 3887. No Brasil, Crater é melhor observável entre os meses de janeiro e junho.

Crux (Cruzeiro do Sul)

Crux (Cruzeiro do Sul)

É uma das constelações mais icônicas do hemisfério sul e tem grande significado cultural e histórico. No Brasil, por exemplo, a constelação aparece na bandeira do nosso país. Ela representa a cruz sobre a qual Cristo foi crucificado, segundo a tradição cristã, mas também é importante para várias culturas indígenas do hemisfério sul. Crux é uma constelação pequena, mas muito brilhante, contendo a famosa estrela dupla Alpha Crucis (Acrux) – a mais brilhante –, e Beta Crucis (Becrux). Além disso, abriga o aglomerado estelar Caixinha de Joias (NGC 4755) e a Nebulosa do Saco de Carvão, uma das nebulosas escuras mais visíveis a olho nu. Crux é melhor observável entre os meses de janeiro e junho.

Dorado (Peixe Dourado)

Dorado (Peixe Dourado)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman no século XVI. Ela homenageia o peixe-dourado (ou dourado), comum nos oceanos do hemisfério sul. Dorado é especialmente notável por abrigar a Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea repleta de regiões de formação estelar e objetos fascinantes, como a Nebulosa da Tarântula. Entre as estrelas de Dorado, Alpha Doradus se destaca como a mais brilhante. No Brasil, Dorado é melhor observável durante os meses de setembro e fevereiro.

Eridanus (Rio Erídano)

Eridanus (Rio Erídano)

É uma extensa constelação que se estende desde Orion até as regiões mais ao sul do céu. Na mitologia grega, Eridanus representa o rio onde o deus Phaeton, filho de Hélio, caiu após perder o controle da carruagem solar. Eridanus é uma constelação rica em objetos celestes, incluindo a estrela Achernar, uma das mais brilhantes do céu, localizada na extremidade sul da constelação. Outro destaque é a galáxia espiral NGC 1300. No Brasil, Eridanus é melhor observável entre os meses de setembro e janeiro.

Fornax (Forno)

Fornax (Forno)

É uma constelação introduzida no século XVIII pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille. Seu nome homenageia o forno químico, refletindo o interesse de Lacaille por ferramentas científicas. Embora discreta, Fornax abriga a Aglomerado Fornax, um grupo de galáxias com destaque para a galáxia elíptica NGC 1316, também conhecida como Fornax A, uma fonte poderosa de ondas de rádio. A constelação de Fornax também contém a galáxia anã Fornax, uma galáxia satélite da Via Láctea. No Brasil, Fornax é melhor observável entre os meses de agosto e dezembro.

Grus (Grou)

Grus (Grou)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida no final do século XVI pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman. Representa o grou, uma ave elegante e graciosa, e reflete o fascínio europeu pelos animais exóticos do sul. Entre os objetos celestes mais notáveis de Grus estão a estrela Alpha Gruis, também chamada Alnair, uma das mais brilhantes da constelação, e Beta Gruis, uma gigante vermelha variável. Grus também abriga galáxias como NGC 7424, uma galáxia espiral. No Brasil, Grus é melhor observável entre os meses de junho e outubro.

Horologium (Relógio)

Horologium (Relógio)

É uma constelação introduzida pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille no século XVIII. Ela representa um relógio de pêndulo, um instrumento científico que Lacaille homenageou durante suas observações no hemisfério sul. Embora pequena e discreta, Horologium abriga alguns objetos de interesse, como a galáxia NGC 1261, um aglomerado globular, e a estrela variável R Horologii, uma gigante vermelha que muda de brilho periodicamente. No Brasil, Horologium é melhor observável entre os meses de agosto e janeiro.

Hydra (Hidra Fêmea)

Hydra (Hidra)

É a maior constelação do céu e representa a criatura mitológica de múltiplas cabeças derrotada por Hércules em seus Doze Trabalhos. Segundo a lenda, para cada cabeça cortada, a Hidra regenerava duas, tornando-a um símbolo de força e resiliência. Hydra se estende por uma vasta área do céu, abrigando diversos objetos celestes, como a estrela Alphard, uma gigante laranja que significa “a solitária” – por não ter outras estrelas com brilho próximo à sua volta –, e a galáxia espiral Messier 83, também chamada de Galáxia do Catavento do Sul. No Brasil, Hydra é melhor observável entre os meses de janeiro e maio.

Hydrus (Hidra Macho)

Hydrus (Hidra Macho)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida no final do século XVI pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman. Ela não tem relação mitológica com a grande constelação Hydra, mas representa uma pequena serpente aquática. Hydrus é discreta, mas possui alguns objetos celestes notáveis, como a estrela Beta Hydri, uma das mais próximas e semelhante ao Sol, e o sistema estelar variável RR Hydri. No Brasil, Hydrus é melhor observável entre agosto e dezembro.

Indus (Índio)

Indus (Índio)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida no final do século XVI pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman. Ela simboliza um nativo das Índias Orientais, refletindo o fascínio europeu pelas terras e povos exóticos descobertos durante a Era das Explorações. Indus é uma constelação discreta, mas abriga a estrela Alpha Indi, uma estrela que está migrando para o tamanho gigante, e a gigante Beta Indi. Além disso, contém várias galáxias distantes, como a espiral NGC 7090. No Brasil, Indus é melhor observável durante os meses de maio e outubro.

Leo (Leão)

Leo (Leão)

É uma constelação proeminente no céu e uma das mais antigas, com origens na mitologia babilônica e grega. Na mitologia grega, Leo representa o Leão de Nemeia, derrotado por Hércules em seu primeiro dos Doze Trabalhos. Esta constelação é facilmente reconhecível por sua forma característica de leão e pela estrela Regulus, que é a mais brilhante de Leo e marca o coração do leão. Outros objetos notáveis incluem a galáxia espiral Messier 66 e a galáxia elíptica Messier 105. No Brasil, Leo é melhor observável entre dezembro de junho.

Lepus (Lebre)

Lepus (Lebre)

É uma constelação associada ao mito grego de Orion, o caçador. Segundo algumas lendas, Lepus representa uma lebre que Orion estaria caçando, posicionada logo abaixo da constelação de Orion no céu. Embora discreta, Lepus abriga alguns objetos celestes interessantes, como a estrela variável R Leporis, também chamada de “Estrela Vermelha de Hind” devido à sua cor avermelhada, e o aglomerado globular Messier 79. No Brasil, Lepus é melhor observável entre os meses de outubro e fevereiro.

Libra (Balança)

Libra (Balança)

É uma constelação com raízes na mitologia romana e representa o símbolo da Justiça, muitas vezes associada à deusa Astreia, que segurava uma balança para pesar o bem e o mal. Libra é uma das constelações do zodíaco e se destaca por suas estrelas Alpha e Beta Librae, também conhecidas como Zubenelgenubi e Zubeneschamali, respectivamente. Esses nomes significam “as garras do sul” e “as garras do norte”, pois Libra já foi considerada parte da constelação de Escorpião. No Brasil, Libra é melhor observável entre os meses de março e julho.

Lupus (Lobo)

Lupus (Lobo)

É uma constelação que remonta à Antiguidade, associada originalmente ao animal sacrificado pelo centauro Quíron para os deuses, segundo a mitologia grega. Localizada próxima à constelação de Centaurus, Lupus representa um lobo que era, outrora, parte de uma constelação maior. Entre os objetos celestes notáveis de Lupus estão a estrela Alpha Lupi, uma supergigante azul, e vários aglomerados estelares, como NGC 5822. No Brasil, Lupus é melhor observável entre março e julho.

Mensa (Meseta)

Mensa (Meseta)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille no século XVIII. Ela representa a Montanha da Mesa, situada na África do Sul, que Lacaille pôde observar durante suas expedições. Mensa é uma constelação discreta, mas notável por abrigar parte da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea que ocupa seu espaço conjunto com a constelação de Dorado. Mensa também contém a estrela dupla Alpha Mensae, incluindo uma anã amarela semelhante ao Sol, além de uma pequena anã vermelha. No Brasil, Mensa é melhor observável entre os meses de setembro e março.

Monoceros (Unicórnio)

Monoceros (Unicórnio)

É uma constelação relativamente moderna, introduzida no início do século XVII pelo astrônomo holandês Petrus Plancius. Representando a criatura mitológica do unicórnio, Monoceros está localizada próxima às constelações de Orion e Canis Major. Entre os objetos celestes mais notáveis de Monoceros estão a Nebulosa Roseta (NGC 2237), uma vasta região de formação estelar, e o aglomerado estelar NGC 2264, que inclui a Nebulosa do Cone. Monoceros também abriga várias estrelas binárias, como o sistema triplo Beta Monocerotis. No Brasil, Monoceros é melhor observável entre os meses de outubro e março.

Microscopium (Microscópio)

Microscopium (Microscópio)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida no século XVIII pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille. Inspirada pelo crescente interesse nos instrumentos científicos de sua época, Lacaille escolheu representar o microscópio, símbolo de descoberta e pesquisa. Embora discreta e composta por estrelas pouco brilhantes, Microscopium contém alguns objetos de interesse, como a estrela Gamma Microscopii, uma gigante amarela. Além disso, abriga algumas galáxias distantes, como a espiral NGC 6925. No Brasil, Microscopium é melhor observável entre os meses de maio e outubro.

Musca (Mosca)

Musca (Mosca)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman no final do século XVI. Originalmente chamada de “A Mosca” ou “Abelha do Sul” representa um dos poucos insetos no céu noturno. Musca abriga alguns objetos celestes interessantes, como o aglomerado estelar aberto NGC 4833 e a Nebulosa Escura BHR 71, uma densa nuvem de poeira onde ocorre formação estelar. Próxima ao Polo Sul Celeste, Musca é uma constelação circumpolar, visível durante todo o ano no Brasil, especialmente em latitudes mais ao sul do país.

Norma (Esquadro)

Norma (Esquadro)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida no século XVIII pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille. Representa o esquadro de carpinteiro, um símbolo de precisão e engenharia, refletindo a admiração de Lacaille pelos instrumentos científicos e de medição. Norma é discreta, mas contém alguns objetos notáveis, como o aglomerado estelar aberto NGC 6087 e a Nebulosa da Formiga (também conhecida como Menzel 3), uma nebulosa planetária de formato único. No Brasil, Norma é melhor observável entre os meses de março e agosto.

Octans (Oitante)

Octans (Oitante)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille no século XVIII. Ela representa o oitante, um instrumento de navegação precursor do sextante, utilizado para medir a altura das estrelas acima do horizonte. Octans é notável por conter o Polo Sul Celeste, embora não possua uma estrela brilhante equivalente à Estrela Polar no hemisfério norte. A estrela Sigma Octantis – também chamada de Polaris Australis –, é a mais próxima do polo, mas é bastante fraca. No Brasil, Octans é circumpolar, o que significa que é observável durante todo o ano, especialmente em latitudes mais ao sul do país.

Ophiuchus (Ofiúco ou Serpentário)

Ophiuchus (Ofiúco ou Serpentário)

É uma constelação associada à figura mitológica de Asclépio, o deus grego da medicina, que é representado segurando uma serpente, símbolo da cura e renovação. A constelação faz parte do zodíaco, com Ophiuchus se posicionando entre Escorpião e Sagitário. Entre os principais objetos celestes de Ophiuchus estão a estrela Rasalhague, a mais brilhante da constelação, e vários aglomerados globulares, como Messier 10 e Messier 12. No hemisfério sul, Ophiuchus é melhor observável entre os meses de março e agosto.

Orion (Órion)

Orion (Órion)

É uma das constelações mais famosas e facilmente reconhecíveis do céu, com raízes na mitologia grega. Ela representa Orion, um poderoso caçador cuja figura é delineada por algumas das estrelas mais brilhantes do céu, incluindo Betelgeuse, uma supergigante vermelha que marca seu ombro, e Rigel, uma supergigante azul que marca seu pé. No “Cinturão de Orion”, três estrelas em linha reta — Alnitak, Alnilam e Mintaka — formam um dos padrões celestes mais reconhecidos, popularmente chamadas de “Três Marias”. Orion também contém a Nebulosa de Orion (Messier 42), uma vasta região de formação estelar. No Brasil, Orion é melhor observável entre os meses de outubro e fevereiro.

Pavo (Pavão)

Pavo (Pavão)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida no final do século XVI pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman. Representando o pavão, uma ave de plumagem exuberante e colorida, Pavo é famosa por sua estrela Alpha Pavonis, também chamada de Peacock, uma gigante azul e uma das mais brilhantes da constelação. Pavo também abriga alguns objetos notáveis, como o aglomerado globular NGC 6752 e a galáxia espiral NGC 6872, conhecida por ser uma das maiores galáxias em espiral já observadas. No Brasil, Pavo é melhor observável entre os meses abril e setembro.

Phoenix (Fênix)

Phoenix (Fênix)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida no final do século XVI pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman. Ela representa a lendária ave da mitologia grega, que renasce das próprias cinzas, simbolizando renovação e imortalidade. Entre os objetos celestes mais notáveis de Phoenix está a estrela Ankaa, a mais brilhante da constelação, cujo nome significa “Fênix” em árabe. Phoenix também contém a galáxia espiral NGC 625 e o Aglomerado de Galáxias Fênix, um dos aglomerados de galáxias mais massivos conhecidos. No Brasil, Phoenix é melhor observável entre os meses de julho e novembro.

Pictor (Pintor)

Pictor (Pintor)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille no século XVIII. Ela representa um cavalete de pintura, refletindo o interesse de Lacaille por homenagear instrumentos artísticos e científicos. Pictor é discreta, mas abriga alguns objetos celestes interessantes, como a estrela Beta Pictoris, famosa por seu disco de poeira e potencial sistema planetário. No Brasil, Pictor é melhor observável entre os meses de outubro e março.

Pisces (Peixes)

Pisces (Peixes)

É uma constelação do zodíaco associada à mitologia grega, onde representa os peixes em que Afrodite e Eros se transformaram para escapar do monstro Tifão. A constelação é composta por um par de peixes conectados por uma faixa de estrelas, simbolizando essa lenda. Entre os objetos celestes mais notáveis está a Galáxia do Triângulo (Messier 33), que se encontra na fronteira entre Pisces com a constelação de Triangulum, além da estrela variável Alrescha, que marca a conexão entre os dois peixes. No Brasil, Pisces é melhor observável entre os meses de julho e novembro.

Piscis Austrinus (Peixe Austral)

Piscis Austrinus (Peixe Austral)

É uma constelação do hemisfério sul que representa um peixe solitário. Na mitologia grega, Piscis Austrinus está associado a uma antiga história de peixes que salvaram Afrodite e Eros ao fugir do monstro Tifão, sendo este o peixe que simboliza a mãe dos peixes de Pisces. A estrela mais notável da constelação é Fomalhaut, uma das estrelas mais brilhantes do céu. Piscis Austrinus também abriga algumas galáxias, como NGC 7172. No Brasil, a constelação é melhor observável entre os meses de junho e outubro.

Puppis (Popa)

Puppis (Popa)

É uma constelação que representa a parte traseira da embarcação Argo Navis, o navio mitológico de Jasão e os Argonautas na busca pelo Velocino de Ouro. Originalmente, Puppis fazia parte da grande constelação Argo Navis, que foi dividida em três partes: Puppis (a Popa), Carina (a Quilha) e Vela (a Vela). Entre os objetos celestes mais notáveis de Puppis estão os aglomerados abertos Messier 46 e Messier 93. Puppis também abriga a Nebulosa do Ovo Podre (Calabash), uma região em fase de transformação em nebulosa planetária. No Brasil, Puppis é melhor observável entre os meses de novembro e abril.

Pyxis (Bússola)

Pyxis (Bússola)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida no século XVIII pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille. Ela representa uma bússola de navegação, refletindo o interesse de Lacaille por instrumentos marítimos e científicos, especialmente em suas observações na região sul. Pyxis era originalmente parte da constelação Argo Navis, mas foi separada para representar um objeto independente. Entre os objetos celestes notáveis de Pyxis está o aglomerado estelar aberto NGC 2627 e a estrela T Pyxidis, uma nova recorrente famosa por suas erupções e que deve explodir em uma supernova do tipo I nos próximos 10 milhões de anos. No Brasil, Pyxis é melhor observável durante os meses de novembro e abril.

Reticulum (Retículo)

Reticulum (Retículo)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille no século XVIII. Ela representa a rede de fios utilizada em instrumentos de medição astronômica, como o retículo de uma luneta, simbolizando a precisão científica. Embora discreta, Reticulum abriga alguns objetos celestes interessantes, como a galáxia espiral NGC 1313 e o sistema estelar variável R Reticuli. Reticulum também se localiza perto da Grande Nuvem de Magalhães. No Brasil, Reticulum é melhor observável entre os meses de agosto e fevereiro.

Sagittarius (Sagitário)

Sagittarius (Sagitário)

É uma constelação do zodíaco associada à figura mitológica de um centauro armado com arco e flecha. Na mitologia grega, ele é frequentemente identificado como Crotus, o sátiro que inventou o arco e flecha, ou como Quíron, o sábio centauro. Sagittarius é notável por abrigar o centro da Via Láctea e diversos objetos celestes fascinantes, como a Nebulosa da Lagoa (Messier 8), a Nebulosa Trífida (Messier 20), e o aglomerado globular Messier 22. Sagittarius também é o lar de Sagitário A*, a rádio-fonte associada ao buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia. No Brasil, Sagittarius é melhor observável entre os meses de maio e setembro.

Scorpius (Escorpião)

Scorpius (Escorpião)

É uma constelação proeminente do zodíaco, facilmente reconhecível por seu formato distinto que se assemelha a um escorpião curvado. Na mitologia grega, Scorpius representa o escorpião enviado pela deusa Ártemis para matar o caçador Orion, e por isso as duas constelações estão em lados opostos do céu. Ou seja, uma nunca está no céu ao mesmo tempo do que a outra. Entre os objetos celestes mais notáveis de Scorpius estão a estrela vermelha Antares, uma supergigante que marca o “coração” do escorpião, e diversos aglomerados estelares, como Messier 4 e Messier 6 (Aglomerado da Borboleta). No Brasil, Scorpius é visível entre os meses de março e agosto.

Sculptor (Escultor)

Sculptor (Escultor)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida no século XVIII pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille. Ela representa um escultor e seus instrumentos de trabalho, refletindo o interesse de Lacaille em homenagear as artes e ciências. Embora discreta e de baixa luminosidade, Sculptor abriga alguns objetos celestes interessantes, como a Galáxia do Escultor (NGC 253), uma das galáxias espirais mais brilhantes do céu, e a Galáxia Anã do Escultor, uma galáxia satélite da Via Láctea. No Brasil, Sculptor é melhor observável entre os meses de julho e novembro.

Scutum (Escudo)

Scutum (Escudo)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida no século XVII pelo astrônomo polonês Johannes Hevelius. Originalmente chamada de Scutum Sobiescianum, em homenagem ao rei da Polônia João III Sobieski. Ela simboliza um escudo e comemora a vitória do rei na Batalha de Viena. Apesar de sua modesta dimensão, Scutum contém alguns objetos celestes notáveis, incluindo o Aglomerado do Pato Selvagem (Messier 11), além de Messier 26. Scutum também faz parte do rico campo de estrelas da Via Láctea. No Brasil, é melhor observável entre os meses de abril e setembro.

Serpens (Serpente)

Serpens (Serpente)

É uma constelação única, pois está dividida em duas partes: Serpens Caput (a Cabeça da Serpente) e Serpens Cauda (a Cauda da Serpente). Ela é associada a Ophiuchus, o Serpentário, e representa a serpente que ele segura, simbolizando a cura e a renovação na mitologia grega. Entre os objetos celestes mais notáveis de Serpens estão a Nebulosa da Águia (Messier 16), famosa pela estrutura dos “Pilares da Criação,” e o aglomerado globular Messier 5. No Brasil, Serpens é visível entre os meses de abril e setembro.

Sextans (Sextante)

Sextans (Sextante)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida no século XVII pelo astrônomo polonês Johannes Hevelius. Ela representa o sextante, um instrumento de navegação utilizado para medir a posição dos astros, essencial para a astronomia e a navegação. Embora Sextans seja discreta e composta por estrelas de baixa luminosidade, abriga alguns objetos celestes interessantes, como a galáxia NGC 3115, também conhecida como Galáxia do Fuso. No Brasil, Sextans é melhor observável entre os meses de dezembro e maio.

Taurus (Touro)

Taurus (Touro)

É uma constelação do zodíaco associada à mitologia grega e simboliza o touro que Zeus se transformou para raptar Europa, uma princesa fenícia. Taurus é famosa por conter algumas das mais conhecidas regiões celestes, como o aglomerado estelar das Plêiades (M45), um grupo de estrelas jovens, e as Híades, um dos aglomerados estelares mais próximos da Terra. Taurus também abriga a Nebulosa do Caranguejo (M1), um remanescente de supernova, e a estrela gigante vermelha Aldebaran, que marca o “olho” do touro. No Brasil, Taurus é melhor observável entre os meses de setembro a fevereiro.

Telescopium (Telescópio)

Telescopium (Telescópio)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille no século XVIII. Ela foi criada para homenagear o telescópio, um dos instrumentos mais revolucionários na astronomia, que permitiu explorar o cosmos em detalhes nunca antes vistos. Embora composta por estrelas de baixa luminosidade, Telescopium abriga alguns objetos de interesse, como a estrela Alpha Telescopii, uma subgigante que quase esgotou seu hidrogênio, e várias galáxias distantes, incluindo a galáxia ativa NGC 6850. No Brasil, Telescopium é visível entre os meses de abril e setembro.

Triangulum Australe (Triângulo Austral)

Triangulum Australe (Triângulo Austral)

É uma pequena constelação do hemisfério sul introduzida no final do século XVI pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman. Ela representa um triângulo, simbolizando estabilidade e harmonia, e é diferente da constelação Triangulum (Triângulo), visível no hemisfério norte. Triangulum Australe é conhecida por suas três estrelas brilhantes que formam um triângulo equilátero, com Alpha Trianguli Australis sendo a mais notável, uma supergigante laranja bastante brilhante. A constelação também abriga o aglomerado estelar NGC 6025 e algumas nebulosas e galáxias. No Brasil, Triangulum Australe é melhor observável entre os meses de julho e dezembro.

Tucana (Tucano)

Tucana (Tucano)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida no final do século XVI pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman. Ela representa o tucano, uma ave tropical conhecida por seu bico colorido, refletindo o fascínio europeu por animais exóticos. Tucana é notável por abrigar a Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea, e o aglomerado globular 47 Tucanae (NGC 104), um dos maiores e mais brilhantes aglomerados visíveis da Terra. No Brasil, Tucana é melhor observável entre os meses de julho e novembro.

Vela (Velame)

Vela (Velame)

É uma constelação do hemisfério sul que representa a vela do navio mitológico Argo Navis, utilizado por Jasão e os Argonautas na busca pelo Velocino de Ouro. Originalmente, Vela fazia parte da grande constelação Argo Navis, que foi dividida em três partes: Carina (a Quilha), Puppis (a Popa) e Vela (a Vela). Entre os objetos celestes mais notáveis de Vela estão o remanescente de supernova da Nebulosa de Vela (NGC 3132), e o aglomerado estelar aberto IC 2391. Vela também abriga o sistema Gamma Velorum, composto por seis estrelas, incluindo uma supergigante azul. No Brasil, Vela é melhor observável entre os meses de dezembro e maio.

Virgo (Virgem)

Virgo (Virgem)

É uma das maiores constelações do zodíaco e representa a figura de uma deusa associada à colheita e fertilidade, como Deméter na mitologia grega ou Astreia, a deusa da justiça. Virgo é facilmente reconhecida pela binária Spica, sua estrela mais brilhante, que simboliza uma espiga de trigo, refletindo a conexão da constelação com a agricultura. Além de Spica, Virgo é notável por abrigar o Aglomerado de Galáxias de Virgem, que inclui centenas de galáxias, como a famosa galáxia elíptica supergigante Messier 87, uma das mais massivas do nosso Universo local. No Brasil, Virgo é melhor observável nos meses de fevereiro a junho.

Volans (Peixe Voador)

Volans (Peixe Voador)

É uma constelação do hemisfério sul introduzida no final do século XVI pelos navegadores holandeses Pieter Dirkszoon Keyser e Frederick de Houtman. Ela homenageia o peixe-voador, uma espécie que desliza sobre a água com suas longas barbatanas, refletindo o fascínio europeu por criaturas exóticas do sul. Embora discreta, Volans abriga alguns objetos celestes de interesse, como a estrela gigante Beta Volantis, e várias galáxias, incluindo a NGC 2442, também conhecida como Galáxia Meathook (“Gancho de Carne”, em tradução literal) devido ao seu formato incomum. No Brasil, Volans é melhor observável entre os meses de outubro e abril.

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O que são constelações?

As constelações são agrupamentos de estrelas que formam contornos imaginários ou padrões familiares no céu noturno. Esses padrões frequentemente representam figuras mitológicas, animais ou objetos. 

Vale lembrar que, por mais que estrelas de uma determinada constelação pareçam estar próximas uma das outras, elas podem estar em diferentes distâncias da Terra. Por exemplo, as estrelas Alnitak, Alnilam e Mintaka, que formam o cinturão da constelação de Órion – também chamadas de “As Três Marias” – estão a 800, 1.340 e 900 anos-luz de nós, respectivamente.

Por isso, por mais que as constelações não sejam conjuntos físicos de estrelas relacionadas, elas servem como uma forma útil de navegar e identificar estrelas específicas no céu noturno.

Até o século 19, mais de cem constelações eram encontradas em diversos mapas estelares ao redor do mundo. Porém, com a emergência do método científico e o foco na pesquisa, com um alto número de descobertas no céu, surgiu a necessidade de criar um conjunto de constelações que fosse acordado internacionalmente. Foi aí que surgiu a IAU (União Astronômica Internacional), entidade responsável por oficializar em 1930 as 88 constelações atualmente em vigor, incluindo seus nomes, mas, principalmente, os seus limites.

Ou seja, a IAU define uma constelação como uma área no céu cercada por seu limite (ou fronteiras). Na prática, a IAU não define nenhuma figura ou estilo figurativo para cada constelação. Assim, a mesma constelação pode ter diversas variantes em sua representação visual, desde que respeitando os limites acordados na IAU.

É por isso que, embora os limites sejam o padrão reconhecido pela organização, as representações não são necessariamente utilizadas universalmente. Isso porque muitas culturas têm seus próprios asterismos há centenas ou milhares de anos e continuam a usá-los.

Nomes das constelações

Ainda de acordo com o padrão definido pela IAU, as constelações são designadas por seus nomes em latim. Cada nome latino de constelação tem duas formas: o nominativo, usado quando se fala da constelação em si, e o genitivo (ou possessivo), usado em nomes de estrelas. 

Por exemplo, Hamal, a estrela mais brilhante da constelação de Aries (forma nominativa), também é chamada de Alpha Arietis (forma genitiva), significando literalmente “o alfa de Áries”.

Na lista de constelações acima, informamos os nomes das constelações em latim, seguido entre parênteses do nome aportuguesado.

Por que observar o céu do hemisfério sul?

O Hemisfério Sul oferece uma visão única e cativante do céu noturno que não pode ser vista a partir do hemisfério norte. É o lar de algumas das constelações mais icônicas e facilmente reconhecíveis, como o Cruz (Cruzeiro do Sul) , que servem como uma importante ajuda na navegação. 

Além disso, o céu do Hemisfério Sul apresenta as Nuvens de Magalhães, duas das galáxias mais próximas da nossa, proporcionando vistas espetaculares para os observadores de estrelas. 

Com céus mais claros e menos poluição luminosa, a visibilidade de estrelas, nebulosas e outros objetos celestes é muitas vezes excepcional. Isso porque o hemisfério sul está voltado — principalmente durante o inverno — para o centro da nossa galáxia, a Via Láctea.

Encontrar e reconhecer constelações pode parecer desafiador no início, mas com a prática e dedicação, você pode tornar essa atividade em um novo hobby, além de facilitar a busca por objetos com a ajuda de telescópios e binóculos.

Esta é uma grande oportunidade de expandir seu conhecimento astronômico e apreciar a vastidão do Universo de uma perspectiva diferente.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.