Cientistas apontam região da galáxia em que é provável existir vida

Pesquisadores desenvolveram novo modelo estatístico para calcular onde e quando civilizações inteligentes podem ser mais comuns na Via-Láctea.

Homem segurando uma lanterna sob o céu noturno.
Homem segurando uma lanterna sob o céu noturno. Crédito da imagem: Rowell Heria/Unsplash

Uma equipe de pesquisadores do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da NASA, acaba de publicar um novo estudo que apresenta uma versão atualizada da equação de Drake, utilizada para calcular a probabilidade da ocorrência de vida extraterrestre na nossa galáxia.

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O objetivo foi analisar onde e quando a vida inteligente potencial é mais abundante ao longo do tempo, e qual seria a idade da maioria das civilizações alienígenas existentes atualmente na Via-Láctea.

Para construir o novo modelo, os pesquisadores consideraram uma série de critérios, incluindo propriedades astrofísicas bem estabelecidas da nossa galáxia e levando em conta a existência de planetas individuais semelhantes à Terra.

A simulação estatística também incluiu outros parâmetros que normalmente não eram utilizados, como a teoria da geração de vida espontânea (abiogênese), as escalas de tempo evolucionárias e a probabilidade de autoaniquilação de vida complexa.

Inclusive, os astrônomos afirmaram que a probabilidade de uma civilização se autodestruir é o parâmetro mais influente que determina a quantidade e a idade da vida inteligente na galáxia.

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De porte desses dados, os cientistas chegaram ao resultado que identifica um local de pico para a existência potencial de inteligência extraterrestre em uma região anular no disco interno da Via-Láctea, distante cerca de 4 quiloparsecs do centro da galáxia (em torno de 13 mil anos-luz).

Para referência, a Terra está duas vezes mais distante do centro galáctico, cerca de 27.700 anos-luz, o que significa que nosso planeta está longe da região onde a vida pode ser mais comum.

Com essa grande distância o contato de humanos com essas potenciais civilizações seria algo impraticável e extremamente difícil de ocorrer.

Civilizações extraterrestres jovens

O modelo também identificou quando a vida é potencialmente mais abundante ao longo da história da Via-Láctea. Ao estender os parâmetros para 20 bilhões de anos, um pico foi identificado no período de cerca de 8 bilhões de anos.

Os resultados da pesquisa sugerem que a quantidade de vida inteligente nem sempre aumenta com o tempo.

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Na verdade, o modelo prevê que após a ocorrência do pico, o número de inteligências extraterrestres potenciais começa a diminuir monotonicamente com o tempo, e essa propensão permanece ao longo dos próximos 6,5 bilhões de anos.

Estima-se que a Via-Láctea tenha hoje cerca de 13 bilhões de anos, o que indica que o pico já passou e que o número de civilizações deverá continuar a diminuir pelos próximos 1,5 bilhão de anos.

O estudo apontou ainda que o nível de civilizações extraterrestres potenciais poderá atingir um equilíbrio entre o surgimento e a autoaniquilação em cerca de 20 bilhões de anos.

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Além disso, a simulação demonstra que boa parte das civilizações inteligentes atualmente existentes na galáxia deve ser jovem, com menos de 500 milhões de anos de idade.

“Nossas descobertas podem implicar que a vida inteligente pode ser comum na galáxia, mas ainda é jovem, apoiando o otimista aspecto para a prática do SETI [que busca por sinais de vida inteligente no espaço]”, ressaltou os pesquisadores.

Entretanto, o cálculo do número exato de civilizações inteligentes existentes atualmente na galáxia não foi o foco do trabalho desta simulação.

O estudo (em inglês) foi publicado no site arXiv.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.