Calendário astronômico: Os eventos do céu de setembro de 2024

Eclipse da Lua, chuvas de meteoros, oposição de Saturno, explosão de Nova e mais. Confira o calendário astronômico deste mês.

Imagem: Ganapathy Kumar/Unsplash/Reprodução
Imagem: Ganapathy Kumar/Unsplash/Reprodução

No próximo dia 14 de setembro ocorre a “Noite Internacional de Observação da Lua“. O evento anual, promovido pela NASA, busca promover a divulgação da astronomia e a exploração espacial, reunindo entusiastas para observar a Lua.

O evento ocorre em todo o mundo, com a NASA convidando anfitriões para organizar eventos regionais em vários países, incluindo no Brasil. O convite é feito para universidades, observatórios, planetários, museus, escolas, bibliotecas, clubes, bem como astrônomos amadores. 

Na lista de eventos cadastrados neste ano está, por exemplo, o “Projeto Astronomia Para Todos – Batatais”, promovido pelo professor Ricardo Cavallini na cidade de Batatais, no interior de São Paulo.

Além disso, para quem participar do evento global de observação da Lua, a NASA disponibiliza um certificado online que pode ser baixado gratuitamente no site da agência.

Confira os principais eventos de setembro de 2024:

Mudança de estação
Feriados e datas comemorativas
Fases da Lua
Eclipse da Lua
Chuva de meteoros
Planetas
Cometa
Asteroides
Estrelas variáveis
Nova
O que observar com um binóculo
O que observar com um telescópio

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Mudança de estação

No próximo dia 22 de setembro de 2024, ocorre o fenômeno astronômico chamado de Equinócio, quando os raios solares incidem diretamente sobre a Linha do Equador. Isso significa que o período de escuridão e de claridade neste dia tem a mesma duração em ambos hemisférios. A data também marca o início da Primavera no Hemisfério Sul e Outono no Hemisfério Norte.

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Feriados e datas comemorativas

Feriado Nacional no Brasil:

7 de setembro (sábado): Independência do Brasil

Outras datas comemorativas:

10 de setembro: Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio
15 de setembro: Dia do Cliente e Dia Internacional da Democracia
21 de setembro: Dia da Árvore; Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer e Dia Nacional da luta da Pessoa com Deficiência
22 de setembro: Dia do Contador
23 de setembro: Dia de Combate ao Estresse
27 de setembro: Dia Nacional dos Surdos
29 de setembro: Dia Nacional do Idoso
29 de setembro: Dia do Anunciante e Dia Mundial do Coração
30 de setembro: Dia da Secretária

Aniversários astronômicos

3 de setembro de 1874 (há 150 anos): Nascimento do astrônomo norueguês Fredrik Carl Mülertz Størmer, que estudou as auroras polares, incluindo a invenção de um aparelho para fotografá-las.

11 de setembro de 1974 (há 50 anos): Descoberta do satélite Leda, de Júpiter, pelo astrônomo norte-americano Charles Kowal.

27 de setembro de 1824 (há 200 anos): Nascimento do astrônomo norte-americano Benjamin Apthorp Gould, que dirigiu o Observatório de Córdoba, na Argentina. Ele também é autor de “Uranometria Argentina (1879), e do catálogo Córdoba-Durchmusterung, que inclui um levantamento das estrelas no céu do hemisfério Sul com brilho de até 10 de magnitude.

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Fases da Lua

  • Lua Nova: 2 de setembro
  • Lua em Quarto Crescente: 11 de setembro
  • Lua Cheia: 18 de setembro
  • Lua em Quarto Minguante: 24 de setembro

A Lua atinge o apogeu (o ponto mais distante da Terra) no dia 5 de setembro e o perigeu (o ponto mais próximo da Terra) no dia 18 de setembro.

Uma curiosidade é que neste mês teremos a primeira Lua Cheia de perigeu do ano.

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Eclipse da Lua

Na noite de 17 a 18 de setembro, ocorre um eclipse parcial da Lua visível em todo o Brasil. Este é o primeiro eclipse lunar de perigeu desde 26 de maio de 2021. O próximo evento com essa configuração ocorrerá apenas em 12 de janeiro de 2028. Confira os horários das fase do evento (horário de Brasília):

  • 21h41: Entrada da Lua na penumbra
  • 23h13: Entrada da Lua na umbra
  • 23h44: Meio do eclipse
  • 00h16: Saída da Lua da umbra
  • 01h47: Saída da Lua da penumbra

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Chuva de meteoros

epsilon-Peneídeos de Setembro

Esta chuva tem atividade entre 5 e 21 de setembro, alcançando o máximo no dia 9 de setembro. A taxa horária prevista é de até 8 meteoros por hora, com o radiante localizado na constelação de Erídano. A constelação começa a surgir no horizonte Leste a partir da meia noite.

Sextantídeos

Outra pequena chuva, com taxa horária de até 5 meteoros por hora. A atividade ocorre de 9 de setembro a 9 de outubro, com o pico ocorrendo no dia 27 de setembro. Os meteoros surgem na constelação de Sextante, visível nascendo no horizonte Leste a partir das 4h da madrugada.

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Planetas

  • Mercúrio não é visível durante o mês de setembro
  • Vênus (brilho com -3,9 de magnitude) visível ao anoitecer na constelação de Virgem
  • Marte (+0,6) visível durante a madrugada transitando entre as constelações de Touro e Gêmeos
  • Júpiter (-2,4) visível na madrugada na constelação de Touro
  • Saturno (+0,6) observável na constelação de Aquário durante toda a noite. Aliás, no dia 8 de setembro, ocorre a oposição do planeta, sendo o melhor dia do ano para observá-lo.
  • Urano (+5,7) visível a partir de 23h (horário de Brasília) na constelação de Touro
  • Netuno (+7,8) visível com binóculos ou telescópios durante toda a noite na constelação de Peixes. Assim como Saturno, Netuno também entra em oposição em setembro, no dia 20 de setembro.

Planetas anões:

Ceres (+8,7) e Plutão (+14,4) são observáveis por meio de instrumentos durante madrugada. Enquanto Ceres pode ser encontrado na constelação de Sagitário, Plutão migra de Capricórnio para Sagitário.

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Cometa

No dia 27 de setembro, o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) atinge o periélio, o ponto mais próximo do Sol. 

A primeira conjunção do astro com o Sol ocorre no dia 5 de setembro, quando seu brilho estimado deve alcançar magnitude 4,5, porém, com uma separação de apenas 11º da estrela. 

Porém, a partir de 11 de setembro, ele já pode ser observado brevemente, muito baixo no horizonte, e antes do nascer do Sol, na constelação de Sextante – com brilho de 3,5 magnitude. Já em 14 de setembro, o brilho aumenta para 3ª magnitude, passando para 2ª magnitude no dia 19 e 1ª magnitude em 25 de setembro. 

Já no dia do periélio, quando ele passa a 58 milhões km do Sol, o brilho deve alcançar magnitude +0,8, com uma separação de 23º do Sol.

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Asteroides

Para quem tem telescópios, é possível observar os asteroides em oposição 194 Prokne (9,5), no dia 2-3 de setembro, na constelação de Aquário; e 20 Massalia (9,3), no dia 29, em Peixes.

Ainda em setembro, tem o periélio dos asteroides 39 Laetitia, no dia 6 de setembro, e 1036 Ganymed, no dia 15.

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Estrelas variáveis

Para quem curte estrelas variáveis, em setembro várias delas alcançam o máximo brilho. Confira:

  • 3 de setembro: RT Sgr (mag. 7,0)
  • 5 de setembro: V CrB (mag. 7,5)
  • 7 de setembro: R CMi (mag. 8,0)
  • 8 de setembro: RR Sgr (mag. 6,8) e T Gru (mag. 8,6)
  • 14 de setembro: S Pav (mag. 7,2)
  • 18 de setembro: RT Cyg (mag. 7,3)
  • 22 de setembro: RU Cyg (mag. 8,0)
  • 25 de setembro: R Aqr (mag. 7,5)
  • 26 de setembro: R Vir (mag. 6,9)

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Nova

Como você deve ter visto aqui no Futuro Astrônomo, o mês de setembro de 2024 marca a previsão limite da explosão de uma estrela do tipo Nova no sistema binário T Coronae Borealis (ou T CrB), localizado a 3 mil anos-luz de distância do Sistema Solar, na direção da constelação de Coroa Boreal. 

O sistema é formado por duas estrelas próximas, sendo uma gigante vermelha e a outra uma anã branca. Devido a interação entre essas estrelas, lá ocorrem explosões de forma recorrente em períodos de cerca de 80 anos. Foi assim em 1866, 1787 e 1946, sendo previsto ocorrer novamente em 2024. Quando isso acontecer, o sistema ficará brilhante o suficiente para ser visto a olho nu.

Sinais recentes apontam que uma nova explosão é iminente, podendo ocorrer a qualquer momento. Em 2015, por exemplo, a estrela começou a ficar mais brilhante, antes de um escurecimento em março de 2023. Esse mesmo padrão já aconteceu em explosões anteriores.

No mês de setembro, a constelação de Coroa Boreal é visível no Brasil brevemente após o pôr do sol, na direção do horizonte Nordeste. Veja no mapa abaixo onde deve ocorrer a explosão da Nova.

coroa boreal t coronae borealis
O sistema T CrB marcado no alvo laranja. Imagem: Stellarium

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O que observar com um binóculo

Messier 2

messier 2
Imagem do núcleo do aglomerado globular M2 fotografado pelo telescópio espacial Hubble. Imagem: NASA/ESA/Reprodução

M2 foi o primeiro aglomerado globular adicionado ao catálogo Messier. Ele está localizado a 37 mil anos-luz da Terra, na direção da constelação de Aquário.

Ele é composto por cerca de 150 mil estrelas que formam um grupo esférico de cerca de 150 anos-luz de diâmetro – um dos maiores do tipo. Ele foi descoberto em 1746, pelo astrônomo francês Jean-Dominique Maraldi enquanto observava um cometa.

O aglomerado tem magnitude aparente de 6,3, estando no limite para observar a olho nu. Ao observar com um pequeno binóculo, ele lembra uma estrela difusa. Porém, para ver mais detalhes, é preciso instrumentos maiores, além de estar em um local escuro e longe da poluição luminosa.

Sugestões de binóculos para iniciantes:

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O que observar com um telescópio

NGC-7009

ngc 7009
Nebulosa NGC-7009 fotografada pelo observatório Very Large Telescope. Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

Também conhecida como Nebulosa Saturno, NGC-7009 é uma nebulosa planetária localizada a 1.400 anos-luz de distância, também na constelação de Aquário. 

A nebulosa é vista como uma estrela central anã branca brilhante, envolta por uma bolha ovalada de gás denso ao seu redor, que lembra o planeta Saturno, sendo vista em instrumentos com uma aparência verde-amarelada. Porém, para observar a semelhança com Saturno, é preciso ter um telescópio com pelo menos 200mm de diâmetro.

A nebulosa está a 1º a oeste da estrela Nu Aquarii.

Sugestões de telescópios:

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Para encontrar objetos no céu noturno, utiliza apps dos tipo planetário. Confira aqui alguns aplicativos indicados!

Fontes das efemérides: Anuário Astronômico Catarinense 2024 / Aprendendo a Ler o Céu

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.