Blue Origin perde na Justiça processo que movia contra a NASA
Empresa de Jeff Bezos disputava com a SpaceX um contrato para a construção de um módulo lunar.
Nesta quinta-feira, 4 de novembro de 2021, a NASA anunciou que foi notificada de que o Tribunal de Reclamações Federais dos Estados Unidos decidiu contra a empresa Blue Origin, que contestava na Justiça a escolha da SpaceX pela agência espacial para a construção de um módulo de pouso lunar tripulado (HLS, na sigla em inglês).
A ação foi apresentada no último dia 16 de agosto, depois que o escritório de contabilidade do governo americano rejeitou os protestos da empresa espacial de Jeff Bezos para suspender o trabalho de construção do módulo lunar.
A Blue Origin argumentava que a NASA ignorou algumas exigências de segurança de voo da licitação, o que acabou favorecendo a SpaceX.
“Mantemos nossa posição de que a NASA selecionou uma proposta que não estava de acordo com o edital. Há sérios problemas de segurança em torno disso, e essa renúncia de requisitos materiais prejudicou a nós e a Dynetics [outra empresa que concorria na licitação]”, disse Megan Mitchell, vice-presidente de relações governamentais da Blue Origin, durante uma entrevista.
O escritório de contabilidade dos EUA já havia rejeitado esse argumento, dizendo que não havia evidências de que outros licitantes teriam mudado suas propostas se soubessem que a NASA dispensaria algumas exigências.
“Se a Blue Origin soubesse que a agência [NASA] dispensaria os requisitos de FRR [revisão de prontidão de voo] e outros requisitos que afetam muito o cronograma e o risco, a Blue Origin teria projetado e proposto uma arquitetura totalmente diferente com diferenças correspondentes nas classificações técnicas, de gerenciamento e de preço”, rebateu a empresa.
Programa Artemis
Com a decisão da Justiça contrária à Blue Origin, a NASA e a SpaceX estão liberadas para continuar o trabalho de desenvolvimento do módulo lunar, que faz parte do programa Artemis.
O cronograma já é considerado apertado, visto que o módulo deverá estar pronto para ser utilizado por volta do ano de 2024, durante a missão Artemis 3.
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Porém, a NASA está sob pressão de alguns membros do Congresso americano para incluir uma segunda empresa na construção do HLS.
Em comunicado, a agência espacial tentou colocar panos quentes na polêmica ao afirmar que novas licitações serão lançadas no futuro, permitindo que outras empresas participem de novos contratos espaciais.
“Além deste contrato, a NASA continua trabalhando com várias empresas americanas para aumentar a competição e a prontidão comercial para o transporte tripulado à superfície lunar. Haverá oportunidades futuras para empresas fazerem parceria com a NASA no estabelecimento de uma presença humana de longo prazo na Lua sob o programa Artemis da agência, incluindo uma chamada em 2022 para a indústria dos EUA para serviços recorrentes de pouso lunar tripulado”, disse a agência espacial.
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