30 objetos celestes para ver com binóculos astronômicos
Instrumento acessível indicado para iniciantes apresenta possibilidades interessantes de observação do céu.
Um bom par de binóculos astronômicos é uma ferramenta indispensável para qualquer pessoa interessada em observação do céu e que busca começar a explorar os objetos celestes.
Os binóculos oferecem vistas incríveis do céu noturno porque coletam mais luz do que a olho nu pode observar. Em uma noite clara e longe de grandes cidades, o olho humano consegue ver em torno de 3 mil estrelas no céu. Mas quando o observador usa binóculos, mesmo aqueles mais modestos, esse número sobe para cerca de 100 mil estrelas.
Enquanto nossos olhos conseguem ver objetos celestes com magnitude de até 6.5, um binóculo 8×30, por exemplo, já observa astros com magnitude 9, e os de 14×100 objetos com até 12 de magnitude.
O fato é que a maioria das pessoas que pretendem comprar um telescópio deveria usar binóculos por pelo menos seis meses. Isso porque os usuários de telescópios de primeira viagem muitas vezes ficam completamente perdidos e frustrados com a tarefa de aprender a usar um equipamento complicado e ao mesmo tempo aprender a navegar em um terreno desconhecido (o céu noturno). Por isso, o binóculo é considerado o melhor instrumento astronômico para quem está começando.
Se está interessado em adquirir um binóculo, confira o guia que o Futuro Astrônomo preparou com alguns modelos de instrumentos indicados para iniciantes.
Agora, se você já tem um binóculo, confira abaixo alguns exemplos de objetos celestes que podem ser observados com binóculos. Para localizar os objetos, utilize aplicativos para celular como Stellarium, Carta Celeste, SkyMap, entre outros.
Lua
Geralmente, a Lua é o primeiro alvo de quem compra um binóculo. Brilhante e facilmente observável de qualquer lugar, é possível observar as vastas planícies lunares – chamadas de mares -, algumas grandes formações, assim como o sistema de raias brilhantes em torno de grandes crateras, como Tycho, por exemplo. Os binóculos mais potentes também permitem ver mais detalhes topográficos da superfície da Lua.
Por mais que seja tentador observá-la apenas na fase de Cheia, a Lua pode ser observada com binóculos durante todo o mês, principalmente nas fases Crescente ou Minguante, quando é possível acompanhar o avanço da luz sobre as crateras lunares.
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Planetas
Assim como a Lua, os planetas também são facilmente observáveis com binóculos. É possível ver Mercúrio ou Vênus durante o crepúsculo ou ocaso, inclusive com a possibilidade de perceber as fases desses planetas.
Marte também é observável, sendo facilmente distinguível por conta de sua coloração vermelha. Entretanto, você ainda verá o planeta como apenas uma bolinha, sem muita definição.
Já planetas como Júpiter e Saturno, se o observador estiver em um local escuro, longe das grandes cidades e sem nuvens, é possível observar as luas jupiterianas Io, Calisto, Ganimedes e Europa, bem como a saturniana Titã. Isso é claro dependerá da potência do binóculo.
Até Urano é possível observar com um binóculo, sendo visível como um pontinho esverdeado.
Aglomerados estelares abertos
Para objetos de céu profundo, os aglomerados Plêiades e Híades, na constelação de Touro, e Presépio, na constelação de Câncer, são perfeitas para começar.
As Plêiades são um aglomerado localizado a cerca de 425 anos-luz da Terra e que contém centenas de estrelas, sendo que 7 delas são as mais brilhantes (sendo visíveis a olho nu). Com binóculos, é possível observar mais de 100 estrelas. O aglomerado está a cerca de 15º da estrela Aldebarã, na direção oposta da constelação de Órion.
Já as Híades formam um “V” oblíquo ao redor da estrela Aldebarã. Localizado a 150 anos-luz, este é o aglomerado de estrelas mais próximo da Terra. O aglomerado contém cerca de 80 estrelas situadas numa esfera de 12 parsecs de diâmetro.
Finalmente, o aglomerado de Presépio – com mais de 1.000 estrelas – está localizado a 577 anos-luz da Terra, e pode ser localizado na região central da constelação de Câncer.
Aglomerados estelares globulares
Os binóculos astronômicos também permitem ver aglomerados globulares, na forma de enxames compactos de estrelas contendo centenas de milhares de estrelas.
É o caso do Grande Aglomerado Globular de Hércules (M13), localizado a 25 mil anos-luz de nós e com um raio de 73 anos-luz. Ele é o maior e mais brilhante aglomerado globular visível, sendo encontrado na constelação de Hércules.
Outro exemplo é o M4, localizado bem próximo da estrela Antares, da constelação de Escorpião. O aglomerado tem 35 anos-luz de raio e está distante a 7.200 anos-luz da Terra.
Nebulosas
Estrelas e aglomerados de estrelas nascem a partir de nuvens de gás chamadas de “nebulosas”. Com binóculos, é possível explorar algumas dessas nuvens de poeira e gás, como a gigantesca Nebulosa de Órion, localizada próximo das estrelas “Três Marias” (ou cinturão de Órion) e que está localizada a cerca de 1.600 anos-luz de distância.
Outra facilmente observável é a Nebulosa da Lagoa, localizada a cerca de 5.200 anos-luz da Terra, na constelação de Sagitário. A gigantesca nuvem interestelar cobre uma área de cerca de 140 por 60 anos-luz.
Estrelas binárias
Com binóculos também é possível observar pares de estrelas orbitando uma à outra, o que chamamos de estrelas binárias.
Entre os sistemas duplos fáceis de serem observados estão as estrelas Ômega e Mu da constelação de Escorpião; Delta e Epsilon de Lira; Tau do Touro; Alfa da Balança; Alfa do Capricórnio; ou Theta de Órion.
Cometas e asteroides
Um dos campos mais férteis para o emprego de um bom binóculo é na observação da passagem de cometas e asteroides. Como eles têm um grande campo de visão – em relação aos telescópios – os binóculos são bons instrumentos para observar esses objetos.
Por isso, sempre fique atento às notícias sobre a aproximação de cometas ou asteroides da Terra. No binóculo, eles vão parecer pontinhos difusos de luz (no caso de asteroides) e com caudas brilhantes (cometas).
Galáxias
Por mais que ela pareça um objeto pequeno e difuso vistos através de binóculos, também é possível observar a Galáxia de Andrômeda, na constelação de Andrômeda, distante cerca de 2,5 milhões de anos-luz da Terra. É claro, não é possível observar estruturas detalhadas da galáxia com a baixa resolução dos binóculos, mas já é possível delinear Andrômeda.
Além disso, os binóculos permitem observar a nossa própria galáxia, a Via Láctea. Para isso, basta apontar para o “caminho leitoso” de estrelas que corta o céu para explorar diferentes regiões do plano galáctico e encontrar regiões com grande concentração de estrelas, assim como nuvens escuras e nebulosas brilhantes.
Tem ainda a Pequena Nuvem de Magalhães, próxima da constelação de Tucano, e a Grande Nuvem de Magalhães, na constelação de Dorado, duas pequenas galáxias próximas à Via Láctea e que também são alvos interessantes para ver com binóculos.
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