Betelgeuse volta a perder misteriosamente o seu brilho
Escurecimento incomum não tem ligação com os ciclos de variabilidade da estrela.
Quando todo mundo pensava que já podia começar a ignorar Betelgeuse, a estrela gigante vermelha volta a chamar a atenção dos astrônomos. Entre setembro de 2019 e fevereiro deste ano, Betelgeuse diminuiu misteriosamente seu brilho em quase 25%. Então, em abril, sua magnitude voltou ao normal, para o espanto dos cientistas.
Um recente estudo aponta que durante este evento a estrela deve ter ejetado uma grande quantidade de plasma no espaço, justamente na direção do nosso planeta, no final do ano passado. Ao se afastar, esse material esfriou e criou uma nuvem de poeira que bloqueou a luz de Betelgeuse durante meses.
Agora, a estrela da constelação de Órion voltou a escurecer, justamente quando era esperado que o seu brilho atingisse o seu pico durante os meses de agosto e setembro de 2020.
A partir de observações da sonda espacial STEREO, pesquisadores da Harvard Smithsonian Center for Astrophysics identificaram que o brilho da estrela teve uma alteração de aproximadamente -0,5 em sua magnitude, entre meados de maio a julho.
A análise foi feita com a luz visível. Portanto, pesquisadores deverão fazer novas medições, com outros instrumentos, para saber se a alteração no brilho é provocada por manchas solares ou um novo evento similar ao que ocorreu no final de 2019.
Betelgeuse, a estrela moribunda
Betelgeuse é uma estrela variável semirregular, o que significa que sua luz oscila em ciclos regulares. O mais longo desses ciclos é de cerca de 5,9 anos e o mais curto é de 425 dias.
Acontece que esse novo escurecimento não tem relação com nenhum desses dois ciclos. Uma nova perda de brilho era prevista para ocorrer apenas em abril de 2021.
É claro, variações imprevisíveis podem ocorrer, pois, simplesmente, os astrônomos ainda não entendem muito bem o comportamento de uma estrela moribunda.
Situada a 725 anos-luz da Terra, Betelgeuse tem mil vezes o tamanho do Sol e idade entre 8 e 8,5 bilhões de anos.
Tudo indica que Betelgeuse está a ponto de explodir em uma supernova. Entretanto, astrônomos acreditam que esse evento ainda pode demorar algumas dezenas de milhares de ano para ocorrer.
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