EUA já planejam construir sucessor do James Webb
Novo telescópio espacial deverá ser maior e poderá detectar vida em exoplanetas
O Telescópio Espacial James Webb ainda nem se tornou operacional, mas astrônomos americanos já estão propondo o desenvolvimento de um novo observatório espacial que poderá observar exoplanetas, estudar a atmosfera desses planetas e, até mesmo, detectar sinais de vida alienígena.
Essa proposta faz parte do relatório chamado de “Pesquisa Decadal de Astronomia e Astrofísica“, divulgado em novembro passado, pela Academia Nacional de Ciências, dos Estados Unidos.
A ideia foi expor uma “lista de desejos”, detalhando quais deveriam ser as prioridades científicas da NASA na próxima década. Para isso, foram realizadas uma série de reuniões e debates entre os cientistas para determinar quais telescópios deveriam ser desenvolvidos.
Antes de serem lançados, os telescópios Hubble e James Webb, por exemplo, foram sugeridos pelos astrônomos em relatórios de décadas passadas.
No tópico relacionado a grandes observatórios espaciais, o novo relatório recomenda que seja desenvolvido um grande telescópio infravermelho/óptico/ultravioleta, maior que o James Webb, com capacidade para produzir imagens de alto contraste e espectroscopia.
O novo telescópio terá que ter uma abertura de cerca de seis metros e estar equipado com um coronógrafo para bloquear a luz de estrelas.
A missão ambiciosa deverá ter como objetivo principal a caracterização de uma ampla gama de exoplanetas, incluindo aqueles que podem ser habitáveis - ou mesmo habitados.
O relatório estima que esse novo telescópio espacial será lançado em meados da década de 2040 e terá custo de US$ 11 bilhões. O valor é superior aos US$ 9,7 bilhões do James Webb.
“Esta grande missão estratégica é de uma escala ambiciosa que apenas a NASA pode realizar e para a qual os Estados Unidos têm uma posição única para liderar”, apontou o relatório da Academia Nacional de Ciências, segundo o The Verge.
Projeto LUVOIR
O relatório indica quatro potenciais telescópios para o cargo de sucessor do James Webb: LUVOIR, HabEx, Lynx e Origins. Desses quatro, o primeiro é o que mais se aproximou da proposta dos astrônomos.
O conceito do LUVOIR o torna capaz de observar exoplanetas mais claramente do que o telescópio James Webb. Essa visão seria alcançada com ele bloqueando parte da luz de estrelas distantes por meio de pequenos escudos na frente do telescópio, para que a imagem do exoplaneta se torne mais clara.
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Com isso, o telescópio pode observar diretamente o planeta sem ser “ofuscado” pela estrela, permitindo analisar a atmosfera do exoplaneta e identificando potenciais bioassinaturas alienígenas.
Além de planetas e estrelas, o telescópio também poderá realizar estudos sobre a formação e evolução da galáxia e também o sensoriamento remoto do Sistema Solar.
Porém, isso não significa que o LUVOIR será o escolhido entre os projetos propostos. Nas duas configurações apresentadas para o telescópio, ambas possuem uma abertura menor do que é sugerido pelos astrônomos do relatório.
Antes da escolha final, os cientistas ainda devem realizar mais estudos para entender os custos e tecnologias envolvidas em cada um dos projetos.
Por enquanto, a única certeza é que os astrônomos querem que o futuro telescópio tenha como prioridade a busca de mundos habitáveis em nossa galáxia.
“Queremos descobrir Terras. Queremos descobrir mundos habitáveis. Essa é uma prioridade científica específica”, afirmou Keivan Stassun, um dos cientistas que fazem parte do comitê.
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