Novo estudo pode explicar perda de brilho de Betelgeuse

Observações com o Telescópio Espacial Hubble apontam uma solução para o mistério espacial.

novo estudo pode explicar perda de brilho de betelgeuse
Concepção artística de uma enorme nuvem de poeira bloqueando a luz Betelgeuse, vista da Terra. Imagem: NASA, ESA e E. Wheatley (STScI)

No final do ano passado, Betelgeuse deu um grande susto nos astrônomos. A estrela da constelação de Órion começou a perder de forma significativa o seu brilho, o que gerou um alvoroço na comunidade científica sobre a iminência da explosão do astro em uma supernova.

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No fim, a esperada explosão não ocorreu e o brilho da estrela voltou ao normal em abril deste ano. Porém, até hoje, astrônomos estão tentando entender o que realmente aconteceu.

Entretanto, novas observações do Telescópio Espacial Hubble podem ajudar a resolver o mistério espacial.

Um novo estudo publicado no The Astrophysical Journal aponta que Betelgeuse pode ter ejetado uma grande quantidade de plasma no espaço. Ao se afastar da estrela, esse material esfriou e criou uma nuvem de poeira que bloqueou a luz emitida pela estrela durante alguns meses.

A nuvem de poeira resultante teria sido tão grande que ela bloqueou a luz de cerca de um quarto da superfície da estrela, fazendo com que ela perdesse mais de dois terços de seu brilho visto da Terra.

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A nova pesquisa refuta uma anterior, que sugeria uma enorme mancha, fria e escura cobrindo uma grande área da superfície de Betelgeuse.

Vários meses de observações espectroscópicas em infravermelho pelo Hubble de Betelgeuse, começando em janeiro de 2019, produziram uma linha do tempo que leva à teoria de uma nuvem de poeira cobrindo uma parte da estrela.

O telescópio espacial captou sinais de um material denso e aquecido se movendo pela atmosfera da de Betelgeuse em setembro, outubro e novembro de 2019. Então, em dezembro, vários telescópios em terra viram a estrela diminuir de brilho.

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Betelgeuse é uma estrela supergigante vermelha que está muito próximo de se tornar uma supernova.

A estrela está situada a 725 anos-luz de distância, o que significa que o escurecimento teria acontecido por volta do ano 1300. Mas sua luz está chegando somente agora na Terra.

“Ninguém sabe o que uma estrela faz antes de se transformar em supernova, porque ela nunca foi observada. Os astrônomos estudaram estrelas talvez um ano antes de se transformarem em supernovas, mas não dias ou semanas antes de acontecer. Mas a chance de a estrela se tornar supernova em breve é ​​muito pequena”, afirma Andrea Dupree, que liderou o estudo.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.