Morre o astrofísico João Steiner aos 70 anos
Pesquisador reconhecido internacionalmente teve sua vida dedicada ao ensino, gestão e divulgação da astronomia.
Nesta quinta-feira, 10, faleceu aos 70 anos, em decorrência de um infarto, João Steiner, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).
Natural de São Martinho, no interior de Santa Catarina, João era mestre e doutor em astronomia pela IAG-USP, com pós doutorado no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics.
Seu currículo é extenso, tornando-se quase impossível resumi-lo em apenas uma matéria.
Além do seu respeitado trabalho como pesquisador e educador, Steiner era reconhecido por ser um grande gestor, sendo responsável pela criação do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), coordenar as Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e estar envolvido nos consórcios internacionais de astronomia o qual o Brasil faz parte, como o Gemini, Soar e GMT.
O cientista presidiu a Sociedade Brasileira de Astronomia (SAB), foi diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP, diretor de ciências espaciais e atmosféricas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e secretário-geral da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Durante sua carreira ele foi agraciado com a Ordem do Rio Branco — Grau de Comendador, concedida pelo Ministério das Relações Exteriores, e com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, pelo MCTIC.
Nos Estados Unidos, ele foi condecorado como Membro Honorário da American Astronomical Society, em 2018.
Ele também foi um dos grandes nomes que ajudou a popularizar a ciência no Brasil, formando uma nova geração de mestres e doutores em astronomia.
Há 30 anos ele era professor da Universidade de São Paulo. Sua área de pesquisa era a astrofísica estelar e extragaláctica (núcleos ativos de galáxias).
As aulas do curso Astronomia uma Visão Geral, que ele ministrou, foram gravadas pela TV Cultura e podem ser acessadas no Youtube.
“João Steiner fez parte de uma geração que deu relevância e visibilidade à astronomia brasileira”, afirmou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.
“João desempenhou um papel importante para aproximação do IAG da sociedade. Ele sempre teve um interesse muito grande na divulgação da ciência e na formação de professores de escolas de ensino médio e iniciou um curso com essa finalidade, que teve grande sucesso”, disse Pedro Leite da Silva, diretor do IAG-USP.
“João vivia e transpirava ciência: como pesquisador, orientador, administrador e gestor científico, professor e divulgador”, publicou a SAB em comunicado.
O Futuro Astrônomo presta suas condolências aos familiares e amigos.
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