NASA pretende levar uma usina nuclear para a Lua

Expectativa é que o primeiro protótipo de reator de fissão seja instalado em solo lunar em 2030.

Ilustração artística de um conceito de usina nuclear na superfície da Lua.
Ilustração artística de um conceito de usina nuclear na superfície da Lua. Crédito: NASA / JPL-Caltech

Com o objetivo de construir uma colônia autossustentável na Lua, a NASA está desenvolvendo um reator de fissão nuclear que fornecerá eletricidade para futuros astronautas na superfície lunar.

Chamado de Fission Surface Power (FSP), o sistema trabalhará em conjunto com painéis solares, baterias e células de combustível, fornecendo energia para missões de longo prazo na Lua e, futuramente, em Marte.

A ideia da usina nuclear ganhou força no final do ano passado, quando o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu uma diretiva que autorizava o desenvolvimento de reatores de fissão nuclear para fornecer eletricidade para colônias e espaçonaves, em locais que são muito escuros ou distantes para utilizar a energia solar.

A diretiva inclui ainda a possibilidade de utilizar propulsão nuclear para impulsionar espaçonaves, o que vai ao encontro do “Tratado sobre Exploração e Uso do Espaço Cósmico”, que busca minimizar a quantidade de material radioativo utilizado no espaço.

Desde a década de 1960, a NASA já utiliza pequenos reatores nucleares em sondas espaciais. Porém, eles não têm a capacidade de realizar a fusão nuclear, funcionando por meio de decaimento de radioisótopos, com o calor emitido por elementos radioativos sendo convertido em eletricidade.

Entretanto, esses “geradores termoelétricos de radioisótopos” não têm capacidade para abastecer uma colônia humana na Lua, principalmente durante as noites lunares (que duram 14 dias terrestres).

Reator nuclear na Lua

A NASA vê os reatores nucleares como parte vital do Programa Artemis. A futura base lunar exigirá uma quantidade considerável de eletricidade, para conduzir experimentos, recarregar rovers, assim como produzir água, oxigênio, combustível e materiais de construção a partir de recursos naturais da Lua.

O novo reator será baseado em um projeto bem-sucedido da NASA, concluído em 2018, que buscava criar um sistema de fissão pequeno e leve que poderia fornecer até 10 quilowatts (kW) de energia continuamente por pelo menos dez anos.

O futuro reator lunar está sendo desenvolvido em parceria com o Departamento de Energia dos Estados e terá capacidade para gerar 40 quilowatts (kW) de energia, o suficiente para alimentar continuamente 30 casas aqui na Terra por dez anos.

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“A energia abundante será a chave para a futura exploração do espaço. Espero que os sistemas de energia de superfície de fissão beneficiem muito nossos planos de arquiteturas de energia para a Lua e Marte e até mesmo impulsionem a inovação para uso aqui na Terra”, afirma Jim Reuter, administrador associado do Space Technology Mission Directorate (STMD) da NASA, que financia o projeto da usina nuclear.

A demonstração da tecnologia está prevista para ocorrer no início de 2030, quando um protótipo de reator será enviado para realizar um teste na Lua.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.