NASA estuda enviar submarino para Titã

Lua de Saturno possui lagos e mares de metano e etano líquidos.

Concepção de um submarino explorando os lagos e mares de Titã. Crédito da imagem: NASA Glenn / NIAC
Concepção de um submarino explorando os lagos e mares de Titã. Crédito da imagem: NASA Glenn / NIAC

Atualmente, a NASA está trabalhando em uma nova missão para explorar Titã, a maior lua de Saturno. Chamada de Dragonfly, a sonda será uma espécie de drone com oito rotores capaz de voar e analisar diferentes locais do satélite gelado.

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Se tudo correr como o planejado, a espaçonave partirá da Terra em 2027 e chegará ao seu destino em 2034.

No entanto, pesquisadores já estão pensando no conceito da missão seguinte, um submarino que poderia ser lançado em direção à Titã já na década de 2030.

O projeto ainda precisa de aprovação e financiamento da NASA, mas a possibilidade de estudar os lagos e mares de hidrocarbonetos líquidos do satélite é fascinante.

Além disso, a tecnologia desenvolvida poderia ser utilizada para explorar outros satélites, como os enormes oceanos de água líquida de Europa ou Encélado. Nestes casos, o problema é que essas massas de água estão protegidas por grossas camadas de gelo. Portanto, Titã seria o primeiro passo na direção da exploração submarina extraterrestre.

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Primeiro submarino da NASA

Como Titã tem apenas 14% da atração gravitacional do nosso planeta, o submarino não sofreria tanta pressão sob o seu casco para explorar grandes profundidades.

Além disso, navegar por mares de hidrocarbonetos líquidos também é muito mais fácil do que na água. Outro ponto positivo é que o material é transparente aos sinais de rádio, o que permite comunicação da sonda com a Terra mesmo que ela esteja submersa.

Por outro lado, o submarino teria que ser grande, com pelos menos 6 metros de comprimento para acomodar o equipamento de comunicação necessário. Caso a missão seja composta também por um orbitador, a sonda marítima poderia ser reduzida para apenas dois metros.

Quanto aos equipamentos científicos, a ideia é incluir, no mínimo, instrumentos para analisar amostra de líquidos, um imageador de superfície, uma sonda de profundidade, uma estação meteorológica e um medidor de propriedades físicas do mar circundante.

Outras tarefas poderiam ser adicionadas, como um equipamento para recolher amostras do fundo do mar ou fotografar o fundo do oceano.

Como Saturno está 10 vezes mais distante do Sol do que a Terra, a sonda teria que gerar energia por meio de um pequeno reator nuclear.

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Mundo potencialmente habitável

Com 5.150 km de largura, Titã é a segunda maior lua do Sistema Solar, atrás apenas de Ganimedes, de Júpiter.

Por enquanto, o satélite de Saturno é o único conhecido a abrigar massas estáveis de líquidos em sua superfície, na forma de mares e lagos feitos de metano e etano. Pesquisadores também sugerem que a lua poderia abrigar mares salgados de água em seu subsolo.

Titã também chama a atenção por ter uma espessa atmosfera com uma química complexa, incluindo moléculas orgânicas, que são os blocos de construção da vida como a conhecemos.

Por mais que o satélite esteja muito distante do Sol, ele é um mundo potencialmente habitável, co a possibilidade de existir organismos flutuando no atmosfera ou nadando em seus lagos e mares.

Se realmente existir vida em Titã, ela será totalmente diferente da nossa, que é dependente de água.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.