Defeito de fabricação pode ter provocado o colapso de Arecibo
Estrutura do icônico radiotelescópio ruiu em 1º de dezembro de 2020.
Uma investigação preliminar aponta que o desabamento do Radiotelescópio de Arecibo pode ter sido provocado por um defeito de fabricação. Atualmente, duas investigações forenses analisam o colapso do enorme radiotelescópio, sendo uma com foco nos cabos principais, instalados na década de 1960; e outra nos cabos auxiliares, instalados na década de 1990.
Em agosto de 2020, um destes novos cabos auxiliares escapou do seu soquete, provocando danos no disco defletor e desestabilizando toda a estrutura.
A investigação ainda não apresentou um relatório final, mas acredita-se que a falha estrutural pode ter ocorrido por conta de um erro de fabricação, em particular, no procedimento de encaixe do cabo, que não teria sido feito de forma adequada.
Enquanto isso, a segunda investigação tenta entender o motivo para o rompimento de um dos cabos principais, em novembro de 2020. De acordo com estimativa de engenheiros, o cabo suportava apenas cerca de 60% do peso da sua carga máxima.
A estrutura ruiu em 1º de dezembro de 2020, antes que os engenheiros pudessem corrigir a falha nos cabos de agosto e dezembro.
Além dos problemas com os cabos, os engenheiros apontam que outros itens podem ter contribuído para o desabamento da estrutura.
Entre eles, a idade do observatório, a passagem do furacão Maria por Porto Rico em 2017, além dos 10 mil terremotos que atingiram a região ao longo de 2020.
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Limpeza do Radiotelescópio de Arecibo
Enquanto as investigações continuam, engenheiros continuam o processo de limpeza dos destroços do observatório.
De acordo com Francisco Cordova, diretor Observatório de Arecibo, o braço de azimute do telescópio e a cúpula suspensa com instrumentos já foram removidos do local.
Engenheiros ambientais também já coletaram dois tipos de materiais que poderiam provocar algum dano ecológico local.
Agora, a prioridade é limpar o restante do entulho restante da plataforma. Para chegar ao local, as equipes tiveram que desconstruir parte do disco do radiotelescópio, que mede 305 metros de diâmetro.
A equipe do observatório também está avaliando o quanto desse disco refletor poderá ser salvo.
“Nosso foco agora é a remoção segura da estrutura da plataforma e, em seguida, examinaremos a partir daí”, afirmou Cordova.
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