China inicia mapeamento do planeta Marte

Após conclusão da missão primária do Zhurong, o orbitador Tianwen 1 iniciou o sensoriamento remoto da superfície marciana.

Ilustração artística do orbitador Tianwen 1.
Ilustração artística do orbitador Tianwen 1. Crédito: CGTN

Após meses de apoio ao rover Zhurong, a China alterou a órbita da sonda Tianwen 1 para iniciar uma pesquisa de sensoriamento remoto de Marte. Em órbita do planeta desde fevereiro deste ano, a Tianwen 1 tinha como prioridade a retransmissão de dados do Zhurong para a Terra. Para isso, o orbitador circundava Marte a cada 8 horas e 12 minutos, incluindo uma passagem acima do veículo na superfície.

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Na última semana, o Tianwen 1 disparou os motores durante 260 segundos, o que alterou a órbita para que ele desse uma volta ao redor de Marte a cada 7 horas e 5 minutos.

Na nova órbita, o satélite passará entre 265 km de Marte (antes era de 400 km) e 10.700 km (12.000 km anterior).

Missão do Tianwen 1

Inicialmente, os chineses planejavam inserir o Tianwen 1 em uma órbita com um período de 7 horas e 48 minutos. Porém, como o Zhurong completou a missão primária de três meses e continua a funcionar perfeitamente, decidiu-se pelo ajuste.

Com a nova órbita, o Tianwen 1 poderá realizar o mapeamento de todo o planeta, enquanto continua a ajudar na retransmissão de dados do Zhurong para a Terra.

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O orbitador conta com sete equipamentos científicos, incluindo câmeras de média e alta resolução, um radar para explorar o gelo na superfície, além de um espectrômetro mineralógico para estudar a composição do planeta.

A ideia é utilizar esses dados para futuras missões ao planeta vermelho, como a ambiciosa sonda chinesa que trará para a Terra amostras de Marte e que deverá ser lançada em 2028.

O Tianwen 1 tem uma vida útil projetada para dois anos, mas é provável que a missão seja prolongada, assim como ocorreu com o Zhurong.

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“No final do próximo ano, quando a vida útil do projeto do orbitador chegar ao fim, projetaremos novas missões com base nas condições específicas do orbitador e, em seguida, diminuiremos sua órbita … para uma observação mais próxima de Marte e obteremos mais explorações de dados”, afirmou Zhu Xinbo, vice-projetista-chefe do orbitador, à CCTV.

Já o rover na superfície está atualmente se aproximando de uma depressão cheia de sedimentos em Utopia Planitia, onde se acredita que existiu um antigo oceano. Ele está explorando a região desde maio e já percorreu mais de 1.253 metros.

Esta é a primeira missão interplanetária da China com o objetivo de estudar o planeta Marte.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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