Astrônomos encontram ‘fratura’ em um dos braços da Via Láctea

Descoberta pode revelar mais detalhes sobre a história da nossa galáxia.

Concepção artística dos braços espiraladas que formam a Via Láctea.
Concepção artística dos braços espiraladas que formam a Via Láctea. Imagem: NASA – JPL/Caltech.

Utilizando dados do aposentado Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, e da recente missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), astrônomos descobriram que um dos braços da nossa galáxia – batizado de “Braço de Sagitário” – está “fraturado”.

Segundo os cientistas, um grupo de jovens estrelas e nebulosas está saindo de um dos braços espirais da galáxia na forma de uma longa e fina estrutura – como se fosse uma “lasca” saindo de um pedaço de madeira – e se estendendo por cerca de 3.000 anos luz. Esta é a primeira grande estrutura descoberta que tem uma orientação diferente da forma de braço.

“A maioria dos modelos da Via Láctea sugere que o braço de Sagitário forma uma espiral com um ângulo de inclinação de cerca de 12 graus, mas a estrutura que examinamos realmente se destaca em um ângulo de quase 60 graus”, explica Michael Kuhn, astrofísico da Caltech e principal autor do novo artigo.

Entretanto, os pesquisadores ressaltam que não é possível estimar com precisão o tamanho e a forma dos braços da Via Láctea, uma vez que a Terra está dentro dela, o que não permite ter uma visão completa e “de fora” da galáxia.

Por mais que a estrutura seja pequena em relação ao tamanho da galáxia, ela pode revelar mais detalhes sobre a história da Via Láctea. Os astrônomos ainda não entendem completamente o mecanismo que forma os braços espirais em galáxias como a nossa.

Circulado em amarelo, a estrutura "fraturada" do Braço de Sagitário, na Via Láctea.
Circulado em amarelo, a estrutura “fraturada” do Braço de Sagitário, na Via Láctea. Imagem: NASA – JPL/Caltech.

“Em última análise, isso é um lembrete de que existem muitas incertezas sobre a estrutura em grande escala da Via Láctea, e precisamos olhar os detalhes se quisermos entender esse quadro maior”, disse o astrofísico Robert Benjamin, um dos coautor do artigo.

A pesquisa foi revisada por pares e publicada na edição de julho de 2021 da Astronomy and Astrophysics.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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