Físico propõe nova técnica para encontrar o Planeta 9

Objeto misterioso deve ter algo entre 5 e 10 vezes a massa da Terra.

sonda starshot
Ilustração de uma sonda impulsionada por raios lasers. Imagem: Breakthrough Startshot

Ninguém nunca conseguiu encontrá-lo com telescópios, mas pesquisadores acreditam que existe um nono planeta no Sistema Solar. A sua presença foi teorizada a partir do estudo de anomalias nas órbitas dos objetos transnetunianos, corpos pequenos que estão além da órbita de Netuno.

Esses objetos estão agrupados de maneiras incomuns e em um plano diferente dos oito planetas conhecidos. Isso sugere que outro objeto, com órbita excêntrica e com massa entre 5 a 10 vezes a da Terra, está os puxando com a sua gravidade.

No entanto, a fraca reflexão do Sol na superfície do Planeta 9 pode estar dificultando a sua descoberta. Outros propõem que ele não seja um planeta, mas algo mais exótico, como um pequeno buraco negro, do tamanho de uma laranja, mas que pesa tanto quanto um planeta.

A verdade é que diante do fracasso nas buscas pelo astro, alguns astrônomos começam até mesmo a duvidar que exista alguma coisa lá fora.

Para resolver o mistério, o físico americano Edward Witte propôs lançar uma frota de centenas de pequenas sondas, dotadas de grandes velas, empurradas por lasers a 0,1% da velocidade da luz.

A ideia é que cada nanosonda carregue apenas dois dispositivos: um relógio muito preciso e um transmissor de rádio. Cada uma delas deveria enviar uma mensagem para a Terra em um período regular.

Quanto mais distante do nosso planeta, mas tempo demora para que a mensagem chegue até nós. Com isso, é possível calcular exatamente a sua distância da Terra, além de criar um mapa do Sistema Solar, conforme a frota se move pelo espaço.

Caso um planeta esteja no caminho, uma ou mais sondas seriam aceleradas por sua gravidade, fazendo com que o sinal da espaçonave chega à Terra um pouco mais tarde do que aconteceria se o objeto não existisse.

Ao rastrear as sondas que estão se movendo mais rapidamente, Witten acredita que seja possível mapear a gravidade do Planeta 9 e finalmente localizá-lo.

Tal empreitada poderia levar pelo menos 10 anos para encontrar o planeta desaparecido.

Apesar de ser um famoso físico teórico e matemático do Instituto de Estudos Avançados de Nova Jersey, mais conhecido por seu trabalho na matemática da teoria quântica de campos e na teoria das cordas, o próprio Edward admite que não é um bom projetista de missões espaciais.

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“Não está claro se minha maneira proposta de pesquisar o Planeta 9 é prática, ou se é a melhor maneira, mesmo que seja prática”, disse o físico.

Por enquanto, o artigo do físico ainda não foi revisado ou aceito para publicação em um periódico.

Avi Loeb, astrofísico da Universidade Harvard e presidente do comitê consultivo da Breakthrough Starshot, que pretende lançar sondas parecidas para o sistema Alfa Centauro, disse que a ideia de Witte é boa, mas que talvez não funcionaria para encontrar o Planeta 9.

Para ele, os relógios das sondas teriam que ter precisão de 1/100.000 de segundo e que a missão poderia ser facilmente arruinada por pequenos distúrbios gravitacionais, em uma região que é repleta de objetos transnetunianos.

Independentemente da proposta do físico, a busca pelo hipotético planeta continua.

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Concepção artística de um hipotético planeta orbitando o Sol. Imagem: Caltech/R. Hurt (IPAC)

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.