Cientistas apontam região da galáxia em que é provável existir vida
Pesquisadores desenvolveram novo modelo estatístico para calcular onde e quando civilizações inteligentes podem ser mais comuns na Via-Láctea.
Uma equipe de pesquisadores do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da NASA, acaba de publicar um novo estudo que apresenta uma versão atualizada da equação de Drake, utilizada para calcular a probabilidade da ocorrência de vida extraterrestre na nossa galáxia.
O objetivo foi analisar onde e quando a vida inteligente potencial é mais abundante ao longo do tempo, e qual seria a idade da maioria das civilizações alienígenas existentes atualmente na Via-Láctea.
Para construir o novo modelo, os pesquisadores consideraram uma série de critérios, incluindo propriedades astrofísicas bem estabelecidas da nossa galáxia e levando em conta a existência de planetas individuais semelhantes à Terra.
A simulação estatística também incluiu outros parâmetros que normalmente não eram utilizados, como a teoria da geração de vida espontânea (abiogênese), as escalas de tempo evolucionárias e a probabilidade de autoaniquilação de vida complexa.
Inclusive, os astrônomos afirmaram que a probabilidade de uma civilização se autodestruir é o parâmetro mais influente que determina a quantidade e a idade da vida inteligente na galáxia.
De porte desses dados, os cientistas chegaram ao resultado que identifica um local de pico para a existência potencial de inteligência extraterrestre em uma região anular no disco interno da Via-Láctea, distante cerca de 4 quiloparsecs do centro da galáxia (em torno de 13 mil anos-luz).
Para referência, a Terra está duas vezes mais distante do centro galáctico, cerca de 27.700 anos-luz, o que significa que nosso planeta está longe da região onde a vida pode ser mais comum.
Com essa grande distância o contato de humanos com essas potenciais civilizações seria algo impraticável e extremamente difícil de ocorrer.
Civilizações extraterrestres jovens
O modelo também identificou quando a vida é potencialmente mais abundante ao longo da história da Via-Láctea. Ao estender os parâmetros para 20 bilhões de anos, um pico foi identificado no período de cerca de 8 bilhões de anos.
Os resultados da pesquisa sugerem que a quantidade de vida inteligente nem sempre aumenta com o tempo.
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Na verdade, o modelo prevê que após a ocorrência do pico, o número de inteligências extraterrestres potenciais começa a diminuir monotonicamente com o tempo, e essa propensão permanece ao longo dos próximos 6,5 bilhões de anos.
Estima-se que a Via-Láctea tenha hoje cerca de 13 bilhões de anos, o que indica que o pico já passou e que o número de civilizações deverá continuar a diminuir pelos próximos 1,5 bilhão de anos.
O estudo apontou ainda que o nível de civilizações extraterrestres potenciais poderá atingir um equilíbrio entre o surgimento e a autoaniquilação em cerca de 20 bilhões de anos.
Além disso, a simulação demonstra que boa parte das civilizações inteligentes atualmente existentes na galáxia deve ser jovem, com menos de 500 milhões de anos de idade.
“Nossas descobertas podem implicar que a vida inteligente pode ser comum na galáxia, mas ainda é jovem, apoiando o otimista aspecto para a prática do SETI [que busca por sinais de vida inteligente no espaço]”, ressaltou os pesquisadores.
Entretanto, o cálculo do número exato de civilizações inteligentes existentes atualmente na galáxia não foi o foco do trabalho desta simulação.
O estudo (em inglês) foi publicado no site arXiv.
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