Brasil assina acordo para participar de constelação de satélites do BRICS

Parceria vai permitir a cooperação e compartilhamento de dados de satélites entre os países membros.

Carlos Moura, durante cerimônia para assinatura do "Acordo de Cooperação para a Constelação de Satélites de Sensoriamento Remoto do BRICS".
Carlos Moura, durante cerimônia para assinatura do “Acordo de Cooperação para a Constelação de Satélites de Sensoriamento Remoto do BRICS”. Crédito: AEB/Divulgação

Nesta quarta-feira, 18 de agosto, Carlos Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), assinou o “Acordo de Cooperação para a Constelação de Satélites de Sensoriamento Remoto do BRICS“.

No acordo, as agências espaciais do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul vão criar uma constelação “virtual” de satélites, reunindo e compartilhando entre os países do BRICS os dados de sensoriamento remoto coletados por satélites existentes e que já estão em órbita da Terra. Na lista estão o CBERS-4 (construído em conjunto por Brasil e China), Kanopus-V (da Rússia), Shadnagar-Hyderabad (Índia), Sanya (China) e Hartebeesthoek (África do Sul).

As negociações para este acordo duraram 5 anos. Segundo a AEB, essa parceria vai ajudar na luta contra as mudanças climáticas e desastres naturais, assim como apoiar políticas de proteção do meio ambiente.

“O BRICS representa a voz dos países em desenvolvimento e contribui positivamente para o esforço global para organizar tópicos, como a cooperação multilateral, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas. O acordo é um passo em direção a uma cooperação de alta tecnologia entre os países, que vai ajudar a atingir os seus objetivos e desafios”, afirmou o presidente da AEB.

Além de Moura, participaram da reunião virtual Dmitriy Rogozin, diretor-geral da Corporação Espacial Estatal Russa (Roscosmos); Doutor K. Sivan, presidente da Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO); Zhang Kejian, diretor da Administração Espacial Nacional da China (CNSA); e Val Munsami, CEO da Agência Espacial Nacional da África do Sul (SANSA).

Também estiveram presentes na cerimônia os representantes dos ministérios de Relações Exteriores e de Ciência e Tecnologia, além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Congresso Internacional de Astronáutica

Durante a reunião virtual, houve espaço para que as agências compartilhassem atualizações sobre as atividades espaciais que estão executando. No caso do Brasil, a AEB ressaltou a integração da indústria espacial brasileira nas cadeias de fornecimento mundiais, assim como do Espaçoporto de Alcântara.

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O presidente da AEB também lembrou que em outubro próximo o Brasil promoverá, em conjunto com o Escritório das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço (UNOOSA) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Space4Women, evento que busca promover a inclusão das mulheres no setor espacial.

Ele aproveitou para pedir o apoio dos membros do BRICS para que, em 2024, a cidade de São Paulo seja a sede do Congresso Internacional de Astronáutica (IAC), o mais importante do setor espacial. A defesa da candidatura pelo Brasil também ocorrerá em outubro.

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