Por que os planetas anões têm esse nome?
Os planetas anões são uma categoria única e intrigante de objetos que orbitam o Sol.
Os planetas anões são corpos celestes que orbitam o Sol, possuem forma aproximadamente esférica e, ainda que sejam semelhantes aos planetas tradicionais, apresentam uma característica distinta: eles não “limpam” suas órbitas, ou seja, não têm gravidade suficiente para eliminar outros objetos de tamanho semelhante ao redor de sua órbita.
Assim, essas são as principais diferenças entre os planetas anões e os oito grandes planetas que conhecemos. Foi justamente essa particularidade que levou à criação da categoria “planeta anão” em 2006, com a famigerada reclassificação de Plutão.
A origem da categoria dos planetas anões
A criação da categoria “planeta anão” foi uma resposta ao entendimento de que o Sistema Solar é muito mais complexo do que pensávamos inicialmente. Isso porque a descoberta de Eris e outros objetos semelhantes a Plutão no cinturão de Kuiper levou a uma reavaliação da definição de “planeta”. Como esses objetos compartilhavam semelhanças com Plutão, os astrônomos fizeram um questionamento se todos deveriam ser classificados como planetas.
Após um longo debate, a IAU (União Astronômica Internacional) decidiu em 2006 criar a categoria dos planetas anões e rebaixar Plutão a essa nova classificação. Para isso, a IAU definiu que, para ser considerado um planeta, um objeto deve:
- Ter massa suficiente para que sua gravidade o molde em uma forma aproximadamente esférica;
- Estar em órbita ao redor do Sol; e
- Ter “limpado” os ambientes ao redor de sua órbita.
Vale destacar que esta última característica foi o divisor de águas que separa os planetas dos planetas anões. Diferentemente dos planetas, os planetas anões, como Plutão e Eris, compartilham sua órbita com outros corpos e, portanto, não preenchem todos os critérios para serem considerados planetas.
Essa definição levou a IAU a criar a categoria de “planetas anões”, na qual Plutão e outros corpos semelhantes foram inseridos. A decisão, clarou, gerou polêmicas e reações emocionadas, especialmente entre o público, que viu o rebaixamento de Plutão como uma perda sentimental.
Porém, a decisão serviu como uma solução para lidar com a diversidade de corpos no cinturão de Kuiper e além.
Aliás, o termo “plutoides” foi criado pela IAU em 2008 para descrever planetas anões que orbitam além de Netuno, diferenciando-os de Ceres, que é o único planeta anão situado no cinturão de asteroides.
Características dos planetas anões
Os planetas anões são muito diversos em termos de composição e órbita. Por exemplo, Plutão, Haumea, Makemake e Eris estão todos localizados no cinturão de Kuiper, uma região além de Netuno repleta de corpos gelados e restos da formação do sistema solar.
Em contraste, Ceres reside no cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter, uma área composta principalmente de rochas e materiais menos voláteis que o gelo encontrado no cinturão de Kuiper.
Além disso, os planetas anões apresentam variações em seus períodos orbitais e temperaturas de superfície. Eris, por exemplo, leva mais de 500 anos terrestres para completar uma órbita em torno do Sol, enquanto Ceres leva pouco menos de cinco anos.
Em termos de temperatura, a superfície de Ceres é relativamente “quente” em comparação com os outros planetas anões, com uma média de -105°C, enquanto Plutão e os planetas anões do cinturão de Kuiper experimentam temperaturas extremamente baixas, em torno de – 240°.
Os principais planetas anões do Sistema Solar
Por enquanto, ainda não existe uma quantidade confirmada de planetas anões no Sistema Solar, porém, existe uma estimativa de que este número chegue a 200 no Cinturão de Kuiper. Por isso, conheça os cinco planetas anões principais que já foram registrados oficialmente pela IAU:
Ceres
Localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, Ceres é o único planeta anão situado na parte interna do Sistema Solar. Com cerca de 940 km de diâmetro, Ceres também é considerado o maior asteroide do cinturão e foi o primeiro desses objetos a ser descoberto, em 1801. Sua superfície é composta principalmente por uma mistura de rocha e gelo, e acredita-se que possuía um costa do oceano, o que levanta questões sobre sua possível habitabilidade.
Plutão
O mais famoso dos planetas anões, Plutão foi descoberto em 1930 e, por muitos anos, foi classificado como o nono planeta do sistema solar. Com cinco luas, incluindo a grande Caronte, Plutão se destaca pela sua geografia complexa e sua atmosfera sazonal que se forma e se dissipa conforme ele se aproxima ou se afasta do Sol em sua órbita de 248 anos. Em 2015, a sonda New Horizons da NASA realizou um sobrevoo histórico sobre Plutão, revelando detalhes surpreendentes de sua superfície, como barreiras geladas, montanhas de gelo e vastos campos de nitrogênio congelados.
Haumea
Com uma forma elíptica, Haumea é um dos objetos que gira mais rapidamente em seu próprio eixo no Sistema Solar, completando uma rotação em apenas 3,9 horas. Essa rotação rápida distorceu sua forma, dando-lhe uma aparência alongada. Haumea também é único por ter anéis ao seu redor e duas luas, o que a torna um objeto de estudo fascinante.
Makemake
Este planeta anão é o segundo objeto mais brilhante do cinturão de Kuiper e possui uma coloração avermelhada. Descoberto em 2005, Makemake tem uma órbita que leva cerca de 306 anos terrestres para ser completada. Recentemente, foi descoberto que ele também possui uma lua, embora seja extremamente pequena e difícil de observar.
Eris
Descoberto em 2005, Eris tem uma massa semelhante à de Plutão, o que despertou grandes discussões sobre o status de Plutão como planeta na época. Eris é o mais distante dos planetas anões conhecidos e possui uma órbita que leva cerca de 558 anos terrestres para ser completada. Sua superfície é coberta por uma camada de gelo de metano, o que lhe confere uma coloração brilhante e um dos albedos mais altos do sistema solar.
***
Fatos e números dos planetas anões | Ceres | Plutão | Haumea | MakeMake | Eris |
Distância orbital | 414,4 mi km | 5,9 bi km | 6,4 bi km | 6,9 bi km | 10,1 bi km |
Inclinação orbital | 10,6° | 17,1° | 28,2° | 29° | 44° |
Raio (km) | 487 | 1.137 | 1.436 | 750 | 1.300 |
Massa (massas terrestres) | 0,00016 | 0,00213 | 0,0007 | 0,0007 | 0,003 |
Duração do ano (anos terrestres) | 4,6 | 248,5 | 283,3 | 309,9 | 557 |
Duração do dia (dias terrestres) | 0,38 | 6,39 | 0,16 | Desconhecido | Desconhecido |
Gravidade da superfície (g) | 0,003 | 0,04 | 0,044 | 0,05 | 0,08 |
Temperatura da superfície (aprox.) | -105°C | -230°C | -240°C | -243°C | -240°C |
Número de Luas | 0 | 3 | 2 | 0 | 1 |
Embora tenham sido rebaixados em relação ao status dos planetas, o estudo dos planeta anões oferece insights importantes sobre a formação e evolução do Sistema Solar.
Apesar dos grandes avanços na exploração de alguns desses corpos, como as missões New Horizons e Dawn para Plutão e Ceres, respectivamente, ainda há muito a ser descoberto.
Com a possibilidade de existirem algumas ou até centenas de outros planetas anões ainda não identificados, a exploração desses corpos poderá ajudar a responder a questões fundamentais sobre a formação do Sistema Solar, a diversidade dos objetos que o compõem e até mesmo a possibilidade de vida em locais inusitados, como os oceanos maciços que podem estar presentes em Ceres.
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