NASA vai adicionar uma nova “estrela” no céu noturno

Agência espacial pretende lançar uma estrela artificial em órbita da Terra para tornar pesquisas astronômicas mais precisas.

Imagem do céu noturno captado na Índia pelo fotógrafo Chirayu Sharma. Imagem: Unsplash/Reprodução
Imagem do céu noturno captado na Índia pelo fotógrafo Chirayu Sharma. Imagem: Unsplash/Reprodução

A NASA acaba de aprovar a missão que pretende colocar uma estrela artificial em órbita da Terra. O objetivo é ajudar astrônomos a calibrar seus telescópios e medir com mais precisão o brilho das estrelas.

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A missão Landolft foi batizada em homenagem ao astrônomo norte-americano Arlo Landolt, falecido em 2022, e que ficou famoso por elaborar ao longo de 30 anos catálogos com o brilho e cores das estrelas. Além disso, Landolt foi o primeiro a descobrir uma estrela anã branca pulsante.

A estrela artificial será, na verdade, um pequeno satélite – do tamanho de uma caixa de sapato – equipado com oito lasers. São esses lasers que vão imitar o brilho das estrelas.

O satélite será colocado em órbita geossíncrona a uma altitude de 35,8 mil quilômetros. Nessa distância, o Landolt terá uma velocidade igual à da rotação da Terra, ficando imóvel no céu, quando visto do solo. Assim, ele se parecerá como qualquer outra estrela de verdade no céu noturno.

Infelizmente, a estrela artificial da NASA não será visível a olho nu. Isso porque ela será 100 vezes mais fraca do que o olho humano pode observar. Porém, ela poderá ser avistada em telescópios com tamanho moderado e equipados com câmeras digitais.

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Uma estrela artificial em órbita

O grande benefício desta missão é que os cientistas podem controlar a emissão de luz do satélite, permitindo calibrar os telescópios em solo com mais precisão. Isso é necessário devido à interferência atmosférica nas observações astronômicas. Mesmo em grandes telescópios, a turbulência do ar pode distorcer ou borrar o fraco brilho das estrelas.

Na prática, erros na calibração do brilho das estrelas podem levar a medições e interpretações incorretas dos dados astrofísicos. Por isso, em grandes observatórios, é comum os astrônomos utilizarem a técnica da óptica adaptativa, também com ajuda de uma “estrela artificial”. 

Neste caso, os observatórios dispararam lasers na direção do céu para atingir a camada da atmosfera rica em sódio, a 90 km de altura. Quando o sódio brilha, o telescópio observa a estrela artificial e faz os ajustes nas lentes para compensar a distorção da atmosfera da Terra naquele momento. Assim, as estrelas de verdade se tornam mais nítidas. Porém, essa melhoria é de poucos por cento.

Com a missão Landolt, a NASA pretende ajudar astrônomos a fazer calibrações ainda mais precisas, permitindo estudar com mais nitidez diversos objetos, desde estrelas a exoplanetas. Além disso, esses dados melhor calibrados servirão para estudar a energia escura ou a velocidade da expansão do Universo.

O projeto custará US$ 19,5 milhões, será desenvolvido pela Universidade George Mason, nos EUA, e deve ser lançado ao espaço até o início do ano de 2029.

“Quando olhamos para uma estrela com um telescópio, ninguém pode dizer hoje a taxa de fótons ou o brilho que vem dela com o nível de precisão desejado. Agora saberemos exatamente quantos fótons por segundo saem desta fonte”, afirmou Peter Plavchan, professor associado de Física e Astronomia na Geroge Mason, em comunicado.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.