Cientistas querem enviar nova sonda para Plutão

Ideia é enviar uma missão para orbitar o planeta-anão a um custo de 3 bilhões de dólares.

Plutão, fotografado pela sonda New Horizons.
Plutão, fotografado pela sonda New Horizons. Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute

Em 2015, a sonda New Horizons, da NASA, sobrevoou Plutão, oferecendo o primeiro vislumbre do famoso mundo distante, encontrando geleiras e montanhas de gelo. Agora, mais de cinco anos depois do encontro histórico, cientistas estão planejando enviar uma nova sonda para o planeta-anão.

A New Horizons passou a 12.550 quilômetros de Plutão, captando imagens, revelando atividades geológicas inesperadas, montanhas escarpadas feitas de gelo de água, campos de dunas contendo metano congelado e, até mesmo, a maior geleira conhecida do Sistema Solar.

Dados indicam que Plutão provavelmente abriga um oceano subterrâneo de água líquida, uma descoberta totalmente inesperada.

A sonda também foi a primeira a fazer uma visita ao Cinturão de Kuiper, um anel de mundos pequenos e gelados além da órbita de Netuno. Depois de passar por Plutão, a sonda movida a plutônio sobrevoou o objeto chamado Arrokoth, em janeiro de 2019.

Lançada há cerca de 15 anos, a New Horizons continua em operação, fazendo observações de outros objetos no Cinturão de Kuiper e medindo o comportamento do vento solar, conforme se afasta do Sol.

O problema é que a espaçonave só deu uma visão muito rápida de Plutão. Por isso, os cientistas estão ansiosos para enviar outra missão para entrar em órbita de Plutão.

A nova missão carregaria até 11 instrumentos científicos e seria capaz de rastrear mudanças na superfície de planeta-anão e em sua atmosfera ao longo do tempo.

Missão Persephone

A maneira mais fácil de enviar uma sonda para o Sistema Solar externo é utilizar a forte gravidade de Júpiter. A melhor oportunidade para fazer isso será em 2032, levando quase 20 anos para chegar a Plutão. Se o lançamento ocorresse em 2033, por exemplo, o tempo de viagem aumentaria para 30 anos.

Com um custo estimado de US$ 3 bilhões (R$ 16,07 bilhões na cotação atual) — sem incluir as despesas de lançamento — o conceito da missão recebeu o nome de Persephone (“Perséfone”, em português), esposa de Plutão e rainha do submundo na mitologia clássica.

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Para dar um sinal verde, a NASA ainda precisa aguardar uma recomendação das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos, sobre quais missões planetárias a agência irá começar a desenvolver na próxima década.

Espera-se que as Academias Nacionais do país produzam um relatório em 2022.

“Queremos voltar e explorar o sistema de Plutão e o Cinturão de Kuiper”, disse Carly Howett, membro da equipe de ciência da New Horizons do Southwest Research Institute. “É claro que a New Horizons fez um ótimo trabalho explorando o sistema de Plutão em 2015, e eu estava nessa missão… mas foi apenas um único encontro.” contou.

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