Encontrado o primeiro exoplaneta intacto orbitando uma anã branca

Planeta é sete vezes maior que sua estrela.

encontrado o primeiro exoplaneta intacto orbitando uma ana branca
Concepção artística de WD 1856 b, um planeta do tamanho de Júpiter orbitando uma estrela anã branca. Crédito da Imagem: Goddard Space Flight Center da NASA

Utilizando dados do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da NASA, e do Spitzer Space Telescope, uma equipe de astrônomos internacional anunciou o que pode ser o primeiro exoplaneta intacto orbitando uma estrela anã branca.

Chamado de WD 1856 b, o planeta é sete vezes maior que a anã branca, batizada de WD 1856 + 534, e completa uma órbita em 34 horas, o que é mais de 60 vezes mais rápido que Mercúrio gira em torno do Sol.

O sistema está localizado a cerca de 80 anos-luz da Terra, na direção da constelação de Draco.

A anã branca tem 18.000 km de diâmetro, apenas 40% maior do que Terra, pode ter até 10 bilhões de anos e é um membro distante de um sistema estelar triplo.

Geralmente, a transformação de uma estrela gigante vermelha em uma anã branca acaba destruindo os planetas próximos. O Sol, por exemplo, também deve passar por este mesmo processo nos próximos bilhões de anos.

Além disso, a gravidade da pequena estrela pode dilacerar qualquer coisa que se aproxime dela.

“WD 1856 b de alguma forma chegou muito perto de sua anã branca e conseguiu se manter inteiro” afirma Andrew Vanderburg, professor assistente de astronomia na Universidade de Wisconsin-Madison e um dos participantes do estudo.

Os astrônomos acreditam que o WD 1856 b se formou pelo menos 50 vezes mais longe de sua localização atual. A aproximação poderia ter sido gerada pela grande força de maré gravitacional da anã branca sobre o exoplaneta.

Outro cenário possível é que o puxão gravitacional gradual das duas outras estrelas no sistema, as anãs vermelhas G229-20 A e B, ao longo de bilhões de anos, pode ter empurrado o planeta na direção da estrela.

Atualmente não há evidências de outros mundos no sistema, mas é possível que existam planetas adicionais que ainda não foram detectados.

A descoberta foi publicada nesta quinta-feira, 17, na Nature.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.