Planeta 9 pode ter sido encontrado por antigo telescópio espacial
Potencial prova da existência do enigmático planeta pode ter passado despercebida pelos cientistas por quase 40 anos.
Cogitado há décadas, o Planeta 9 – o enigmático objeto que se acredita existir além da órbita de Netuno – pode ter sido finalmente localizado. Pelo menos, é o que diz o astrônomo britânico Michael Rowan-Robinson.
Em estudo publicado no ArXiv (ainda não revisado por pares), Robinson afirma que o novo mundo do Sistema Solar deve ter entre três e cinco vezes o tamanho da Terra e estar cerca de 225 vezes mais distante do que o nosso planeta está do Sol.
Porém, o que chama a atenção na descoberta é que ela poderia ter sido feita há quase 40 anos.
Robinson encontrou o potencial Planeta 9 ao analisar dados do Satélite Astronômico Infravermelho (IRAS, na sigla em inglês), lançado ao espaço em 1983. Na época, o satélite detectou mais de 250 mil fontes infravermelhas no céu.
Busca pelo Planeta Nove
A ideia de um nono planeta remonta desde antes a descoberta de Plutão.
No início do século passado, anomalias gravitacionais na órbita de Netuno indicavam que poderia existir um grande e distante objeto ainda não descoberto no Sistema Solar.
Apesar de descartada na década de 1990, a teoria do Planeta 9 ganhou força em 2016, quando foram encontradas semelhanças orbitais em objetos transnetunianos, que reforçavam a provável existência do planeta hipotético.
Em 2007, ao terminar o doutorado em astrofísica, Robinson decidiu reanalisar todos os dados coletados pelo IRAS, com o objetivo de verificar se havia algo não descoberto.
Durante a pesquisa, o astrônomo focou o trabalho em encontrar objetos que se moviam lentamente durante as observações do telescópio espacial. Isso excluiria fontes mais distantes, como galáxias, assim como corpos que se movem muito rápido, como cometas e asteroides em nosso Sistema Solar.
Após analisar centenas de fontes, uma chamou a atenção do astrônomo. Ao comparar observações do IRAS feitas em junho, julho e setembro de 1983, ele encontrou um objeto que havia mudado ligeiramente durante o período.
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Apesar da possibilidade de o objeto ser o enigmático Planeta 9, Robinson admitiu que as observações do IRAS não são de alta qualidade e que filamentos de gás galáctico localizados na mesma região do céu poderiam gerar uma espécie de “falso positivo”.
Ele ressalta ainda que observações com o moderno Pan-STARRS, localizado no Havaí, não registrou o objeto durante os cinco anos da pesquisa. Porém, Robison afirma que seria necessário fazer observações mais sofisticadas com o telescópio.
Diante da conclusão incerta, o astrônomo sugere ainda que sejam feitas novas simulações para explorar se o objeto detectado é consistente com um planeta real.
“Dado o grande interesse da hipótese do Planeta 9, valeria a pena verificar se um objeto com os parâmetros propostos e na região do céu proposta é inconsistente com as efemérides planetárias”, disse o astrônomo.
Se o Planeta 9 realmente existir, Robinson afirma que ele deve estar localizado atualmente na constelação de Cefeu.
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