Astrônomos detectam água em planeta a 340 anos-luz de distância
Técnica poderá ser utilizada no futuro para identificar exoplanetas potencialmente habitáveis.
Uma equipe internacional de astrônomos conseguiu pela primeira vez medir diretamente a quantidade de água e monóxido de carbono na atmosfera de um planeta em outro sistema estelar, a cerca de 340 anos-luz da Terra. Os dados foram coletados pelo Observatório Gemini, localizado no Chile.
Segundo o artigo publicado recentemente na revista Nature, os pesquisadores estudaram WASP-77Ab, um exoplaneta do tipo “Júpiter quente”. Ele é chamado assim porque é parecido com Júpiter, mas possui uma temperatura acima de 2.000 °F (ou mais de 1.000 °C).
Por mais que o planeta esteja muito distante para enviarmos uma sonda, é possível analisar a luz refletida pelos exoplanetas para estudar a composição da atmosfera, a partir da técnica da espectrometria.
O Telescópio Espacial Hubble, por exemplo, permite medir a água (ou oxigênio) em outros mundos. No entanto, o telescópio do Observatório Gemini, de 8,1 metros de diâmetro, também consegue fazer medições de monóxido de carbono (ou carbono).
Enquanto o Hubble forneceu à equipe de astrônomos uma ou duas impressões digitais difusas, o Gemini conseguiu coletar dados completos e perfeitamente claros.
“Tentar descobrir a composição das atmosferas planetárias é como tentar resolver um crime com impressões digitais. Uma impressão digital borrada realmente não restringe muito, mas uma impressão digital muito boa e limpa fornece um identificador exclusivo para quem cometeu o crime”, afirmou o astrônomo Michael Line, líder do estudo.
Água no planeta
A ideia do estudo foi medir a composição da atmosfera do exoplaneta para determinar quais elementos estão presentes, em comparação com a estrela que ele orbita. Devido ao tamanho, os Júpiteres quentes são excelentes objetos de estudo para medir gases atmosféricos e testar teorias de formação de planetas.
A equipe observou o brilho térmico do exoplaneta enquanto ele orbitava sua estrela hospedeira. A partir daí, eles coletaram informações sobre a presença e as quantidades relativas de diferentes gases em sua atmosfera.
E com essas medições de água e monóxido de carbono na atmosfera do WASP-77Ab, a equipe conseguiu estimar as quantidades relativas de oxigênio e carbono na atmosfera do exoplaneta.
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“Esses valores estavam em linha com nossas expectativas e são quase os mesmos da estrela anfitriã”, explicou Line.
A obtenção da quantidade de gases em atmosferas de exoplanetas é importante, pois permite ajudar os astrônomos a procurar vida em outros planetas.
Com o aprimoramento desta técnica e com o uso de novos e mais potentes telescópios (em terra e no espaço), será possível identificar bioassinaturas – como oxigênio e metano – em mundos potencialmente habitáveis em um futuro não muito distante.
O líder do estudo acredita que até o final desta década será possível detectar essas bioassinaturas em planetas rochosos semelhantes à Terra.
Estudos como este também podem ajudar os cientistas a entender como esses exoplanetas se formam e como eles diferem dos planetas do nosso Sistema Solar.
“Estamos agora no ponto em que podemos obter precisões de abundância de gás comparáveis aos planetas em nosso próprio Sistema Solar. Medir a abundância de carbono e oxigênio (e outros elementos) nas atmosferas de uma amostra maior de exoplanetas fornece o contexto muito necessário para a compreensão das origens e evolução de nossos próprios gigantes gasosos como Júpiter e Saturno”, finalizou Line.
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