‘Modelo padrão’ da cosmologia poderá ser revisto
Novas medições apresentam discrepâncias na velocidade de expansão do Universo.
A partir de novas medições da distância de galáxias, astrônomos estão considerando que o modelo padrão da cosmologia, a teoria que descreve a natureza fundamental do Universo, poderá ser reformulada.
O modelo padrão classifica todas as partículas elementares conhecidas e descreve três das quatro forças fundamentais em jogo no Universo: as forças forte, fraca e a eletromagnética. A teoria não inclui a força gravitacional.
Para quantificar como o Cosmos evoluiu, é utilizada a Constante Hubble, um número que descreve a rapidez com que o Universo está se expandindo a diferentes distâncias de um ponto específico no espaço.
O novo estudo foi feito a partir de dados de um conjunto de observatórios, incluindo o Very Long Baseline Array (VLBA), o Very Large Array (VLA), o Robert C. Byrd Green Bank Telescope (GBT) e o Radiotelescópio Effelsberg.
Os pesquisadores refinaram as medições de distância de quatro galáxias diferentes (que estão a distâncias que variam de 168 milhões de anos-luz e 431 milhões de anos-luz da Terra), além de medidas anteriores de duas galáxias.
Eles descobriram que a Constante de Hubble é de 73,9 quilômetros por segundo por megaparsec. O valor previsto no modelo padrão é de 67,4 quilômetros por segundo por megaparsec.
“Descobrimos que as galáxias estão mais próximas do que o previsto pelo modelo padrão de cosmologia”, disse Dom Pesce, pesquisador do Centro de Astrofísica de Harvard e Smithsonian e principal autor do novo estudo.
A descoberta pode alterar a Constante Hubble e mudar nossa percepção do universo em expansão.
“A discrepância entre os valores previstos e medidos da constante Hubble aponta para um dos problemas mais fundamentais em toda a física, então gostaríamos de ter várias medidas independentes que corroboram o problema e testam o modelo… Nosso método é geométrico e completamente independente de todos os outros, e reforça a discrepância”, afirmou Dom.
O artigo foi publicado na revista Astrophysical Journal Letters.
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