Calendário astronômico: Os eventos do céu de janeiro de 2024

Céu do primeiro mês do ano terá chuva de meteoros, conjunções entre planetas, além da passagem de cometas.

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Imagem: Freepik

Há um século, em 1924, o astrônomo Edwin Hubble confirmou que a Galáxia de Andrômeda era, de fato, uma galáxia separada, e não uma nebulosa dentro da nossa Via Láctea. Essa descoberta foi fundamental para a compreensão moderna do Universo e da existência das muitas galáxias além da nossa.

Hoje, 100 anos após a descoberta de Hubble, a galáxia de Andrômeda pode ser vista no céu do Brasil como um pequeno borrão próximo ao horizonte noroeste, durante as primeiras horas das noites de janeiro. Além da galáxia histórica, o primeiro mês de 2024 contará com chuvas de meteoros, conjunções entre planetas e a Lua, além da passagem de um cometa próximo da Terra.

Confira os principais eventos do céu de janeiro de 2024:

Fases da Lua

  • Lua em Quarto Minguante: 4 de janeiro
  • Lua Nova: 11 de janeiro
  • Lua em Quarto Crescente: 18 de janeiro
  • Lua Cheia: 25 de janeiro

A Lua atinge o apogeu (o ponto mais distante da Terra) nos dias 1º e 29 de janeiro e o perigeu (o ponto mais próximo) no dia 13 de janeiro.

Chuva de Meteoros

Quadrantídeos

Na madrugada do dia 3 para 4 de janeiro, ocorre o pico da chuva de meteoros Quadrantídeos, com uma previsão de até 80 meteoros por hora. Esta chuva tem atividade entre os dias 28 de dezembro e 12 de janeiro, com os meteoros sendo observados a partir da constelação de Boieiro, na direção do horizonte nordeste. Porém, a observação dessa chuva será um pouco prejudicada pela Lua em Quarto Minguante, estando ela muito próxima da constelação.

gama-Ursa Minorídeos

Outra chuva de meteoros visível em janeiro é a pequena gama-Ursa Minorídeos. O fenômeno tem atividade entre os dias 10 e 22 de janeiro, com o pico ocorrendo na madrugada de 19 de janeiro. Os meteoros surgem muito baixo no horizonte (não visível para os estados do Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil) e com uma previsão de apenas 3 meteoros por hora.

Conjunções

Para quem acorda cedo, será possível observar durante o amanhecer do dia 8 de janeiro uma conjunção entre a Lua e os planetas Vênus e Mercúrio, como visto na figura abaixo:

Imagem: Stellarium

Já no dia 10, é a vez de Marte se unir ao grupo, também antes do nascer do Sol:

Imagem: Stellarium

E por fim, entre os dias 26 e 29, Marte e Mercúrio estarão muito próximos do céu, também durante o amanhecer:

Imagem: Stellarium

Cometas

No dia 25 de janeiro, o cometa 144P/Kushida faz a sua maior aproximação do Sol, chegando a cerca de 209 milhões de km da estrela. Da Terra, o astro é visível em janeiro migrando da constelação de Áries para Touro com uma estimativa de brilho de até 8ª magnitude – o que significa que é necessário um binóculo ou telescópio para observá-lo. O cometa pode ser visto nas primeiras horas da noite.

Já o cometa 62P/Tsuchinshan passa próximo da Terra (a cerca de 74,8 milhões de km do planeta) no dia 29 de janeiro. Nos primeiros dias de 2024, o cometa é visível durante a madrugada na parte oriental da constelação de Leão, brilhando na 7ª magnitude (também requer instrumentos astronômicos para observação). A partir de 11 de janeiro, ele entra na constelação de Virgem, onde deve permanecer até o fim do mês, brilhando com 8ª magnitude.

O que observar com um binóculo?

M36

Imagem: Wikisky

O Aglomerado de Estrelas M36, também conhecido como Pinwheel Cluster, é um aglomerado aberto localizado na constelação de Auriga, o Cocheiro. Ele ocupa uma área de 12 minutos de arco no céu, corresponde a uma extensão linear de 14 anos-luz e está a uma distância de 4.100 anos-luz da Terra.

O aglomerado tem uma idade estimada em 25 milhões de anos, sendo relativamente jovem e sem estrelas gigantes vermelhas. Ele possui pelo menos 60 estrelas, e lembra o famoso aglomerado de Plêiades (M45) na constelação de Touro. Porém, M36 é 10 vezes mais distante que as Plêiades.

Apesar de ser um dos aglomerados abertos mais fracos no catálogo de Messier, M36 pode ser facilmente observado em janeiro com binóculos.

O que observar com um telescópio?

Nebulosa da Tarântula

Imagem: ESO

Esta é uma formação de estrelas localizada a 161 mil anos-luz de distância, na Grande Nuvem de Magalhães. Esta nebulosa, uma das maiores e mais brilhante do céu, é conhecida por seus filamentos assemelhando-se a uma tarântula. 

A Nebulosa da Tarântula é particularmente intrigante para os astrônomos porque possui uma composição química semelhante às grandes regiões de formação estelar observadas no “meio-dia cósmico” do Universo — entre 2 e 3 bilhões após o Big Bang –, uma época em que a formação de estrelas estava em seu auge. Esta nebulosa oferece o exemplo mais próximo e detalhado do que estava acontecendo no Universo durante esse período intenso de atividade estelar.

A nebulosa pode ser apreciada por telescópio na constelação de Dorado.

Fonte de dados: Anuário Astronômico Catarinense 2024

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão

Hemerson é jornalista, escreve sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Ele também é grande entusiasta de astronomia, interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.