Rover da NASA testa nova técnica para buscar vida extraterrestre
Método poderá ser utilizado em missões futuras de exploração do Sistema Solar.
O rover Curiosity da NASA – que está explorando Marte desde o ano de 2012 – testou uma nova técnica que permitirá encontrar sinais de vida extraterrestre em outros planetas ou luas do Sistema Solar. O experimento foi realizado em 2017, no entanto, os cientistas demoraram alguns anos para analisar os resultados.
A ideia foi coletar amostras de um grupo de dunas localizadas na cratera Gale, em Marte, e analisá-las com o equipamento batizado de “Análise de Amostra de Marte” (SAM, na sigla em inglês), do Curiosity.
O SAM – composto por três instrumentos diferentes – é usado para investigar se as amostras contêm moléculas abióticas – não derivadas de organismos vivos – ou se podem ser de origem biótica – produzidas pelos processos que sustentam a vida.
O equipamento possui vários suportes de armazenamento, alguns dos quais contêm solventes químicos que permitem dissolver as substâncias em busca de moléculas orgânicas e que ainda não tinham sido utilizados pelos cientistas da missão.
Com este experimento, os pesquisadores não encontraram vida em Marte. Porém, com essa nova técnica, eles descobriram moléculas orgânicas que não teriam sido detectadas na análise habitual do rover.
O estudo foi publicado nesta segunda-feira, 1º de novembro de 2021, na revista Nature Astronomy.
Técnica promissora na busca por vida no Sistema Solar
Por mais que o rover não tenha encontrado evidências de vida marciana, como aminoácidos, por exemplo, a mesma técnica – chamada de “derivatização de química úmida” – poderá ser utilizada em missões futuras, como no rover Rosalind Franklin Mars, da Agência Espacial Europeia (ESA), previsto para ser lançado em 2022.
O rover europeu pousará na área de Oxia Planum, em Marte, onde se acredita que já existiu um antigo lago. Para procurar sinais de vida, ele utilizará um analisador de moléculas orgânicas que usa uma técnica semelhante ao que foi testada no Curiosity.
O método também poderá ser utilizado em missões mais distantes, como é o caso da Dragonfly, da NASA, que deverá explorar Titã, lua de Saturno, na próxima década.
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“Provamos que esse experimento pode funcionar. Isso significa que podemos fazer o mesmo experimento novamente em diferentes minerais, como argila e sulfatos, que podem preservar melhor as moléculas orgânicas”, afirmou Maëva Millan, líder da equipe de pesquisadores, em entrevista para a New Scientist.
Infelizmente, o rover Perseverance, da NASA, que também está procurando por sinais de vida em Marte, não tem o mesmo equipamento de “química úmida” do Curiosity.
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