Descoberta do gás pode ser um forte indicador de presença biológica no planeta.

Pesquisadores da Universidade Cardiff, no Reino Unido, e da Universidade de Manchester e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, acabam de anunciar a descoberta da presença de fosfina na atmosfera de Vênus.

A fosfina é um gás tóxico incolor com um odor de alho e peixe morto. Ele é apontado pelos astrobiólogos como uma “bioassinatura”, ou seja, um forte indicador da possível presença de vida como a conhecemos.

Na Terra, por exemplo, o gás é produzido por organismos anaeróbicos, que não necessitam de oxigênio para sobreviver.

Os cientistas acreditam que outros mecanismos abióticos (ou seja, aqueles que não envolvem vida) não seriam capazes de produzir a quantidade de fosfina detectada. Além disso, o gás foi encontrado em uma camada de nuvens onde as temperaturas são muito próximas às do nosso planeta.

Eles não encontraram muito – apenas pequenos traços na mistura de nuvens de ácido sulfúrico que circundam o planeta. “É equivalente a algumas colheres de sopa em uma piscina olímpica”, disse David Clements, astrofísico do Imperial College de Londres, que também participou do estudo.

Fosfina

A presença do gás não é suficiente para dizer com certeza que Vênus hospeda formas de vida, mas o fato de ele existir nas nuvens do planeta indica que algo está acontecendo lá que não entendemos totalmente.

A descoberta foi feita a partir de dados dos observatórios Atacama Large Millimeter Array (ALMA), no Chile, e pelo James Clerk Maxwell, localizado no Havaí.

O artigo foi publicado nesta segunda-feira, 14, na Nature Astronomy.

Vênus é o segundo planeta mais distante do Sol e é o vizinho planetário mais próximo da Terra. O planeta é semelhante ao nosso em estrutura e tamanho. Porém, Vênus gira lentamente e tem uma espessa atmosfera, que retêm o calor e gera um efeito estufa descontrolado.

A temperatura de cerca de 465° Celsius e as nuvens acídas tornam a superfície de Vênus um lugar improvável para seres vivos. Entretanto, cientistas especulam que em grandes altitudes o clima seria mais ameno e poderia suportar a vida.

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