Via Láctea pode estar repleta de mundos oceânicos

Planetas e luas que apresentam vastos oceanos em sua superfície ou abaixo de uma crosta congelada são considerados potencialmente habitáveis.

Ilustração mostra a lua gelada de Saturno, Encélado, com a pluma de partículas de gelo, vapor de água e moléculas orgânicas que brotam de fraturas na região polar sul da lua.
Ilustração mostra a lua gelada de Saturno, Encélado, com a pluma de partículas de gelo, vapor de água e moléculas orgânicas que brotam de fraturas na região polar sul da lua. Imagem: NASA / JPL-Caltech

Em um estudo, publicado na revista Publications of the Astronomical Society of the Pacific, astrônomos acreditam que “mundos oceânicos” — planetas ou satélites terrestres que possuem uma quantidade significativa de água em suas superfícies ou apresentam um oceano subterrâneo — podem ser mais comuns do que se imaginava.

Somente no nosso Sistema Solar existem luas em órbita de Júpiter e Saturno que se enquadram nessa categoria aquosa.

Um dos maiores exemplos é a saturniana Encélado, que possui um oceano global maciço composto de água salgada líquida, logo abaixo de uma superfície gelada. O satélite, inclusive, possui gigantescos gêiseres, que lançam plumas de partículas de gelo, vapor de água e moléculas orgânicas no espaço.

Corpos como Encélado, que têm oceanos subterrâneos sob suas conchas de gelo e têm energia para impulsionar plumas, são considerados potencialmente habitáveis, de acordo com a vida como a conhecemos.

Luas aquosas

Há vários anos, a cientista planetária Lynnae Quick, especializada em vulcanismo e mundos oceânicos, começou a se perguntar se algum dos mais de 4 mil exoplanetas conhecidos teriam alguma semelhança com as luas aquosas em torno de Júpiter e Saturno.

Para isso, a equipe de Quick selecionou 53 exoplanetas com tamanhos semelhantes aos da Terra, embora eles possam ter até oito vezes mais massa. Os cientistas assumiram que esses planetas são mais propensos a suportar água líquida nas superfícies ou abaixo delas.

E eles descobriram que mais de um quarto dos exoplanetas estudados poderiam ser potencialmente mundos oceânicos. A equipe também concluiu que a maioria deles poderia ter oceanos subterrâneos sob camadas de gelo. Além disso, a equipe descobriu que muitos desses mundos oceânicos possíveis poderiam estar liberando ainda mais energia do que Enceladus.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram diversas variáveis, incluindo tamanho do exoplaneta, densidade, órbita, temperatura da superfície, massa e distância da estrela.

Apesar de ser considerado apenas um palpite, estudos como este ajudam a escolher melhor quais exoplanetas serão alvos de estudo.

VEJA MAIS

Em dezembro de 2021, com o lançamento do Telescópio Espacial James Webb, da NASA, será possível analisar em mais detalhes esses mundos distantes.

No futuro, será possível medir o calor emitido por esses exoplanetas, identificando se são originários de erupções vulcânicas ou de emissões de líquidos e de vapor no espaço.

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Sobre o Autor

Hemerson Brandão
Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.