Por meio da Starlink, empresa de Elon Musk oferece banda larga de alta velocidade com rede de satélites em órbita baixa.

Em visita aos Estados Unidos, nesta segunda-feira, 15 de novembro de 2021, o ministro das Comunicações do Brasil, Fábio Faria, teve um encontro com a presidente da SpaceX, Gwynne Shotwell, além do fundador da empresa, Elon Musk.

Na pauta estava um convite do ministro para uma potencial parceria entre o Brasil e a SpaceX para a oferta de conectividade em escolas rurais do país por meio da Starlink, o serviço de banda larga via satélite da empresa americana.

A ideia é que o serviço da Starlink complemente o programa Wi-Fi Brasil, que tem o objetivo de levar conexão de alta velocidade a todas as localidades do país, principalmente em regiões rurais e remotas.

Os detalhes dessa potencial parceria ainda não foram divulgados, mas o ministro classificou nas redes sociais que a reunião foi “fenomenal”.

“A visita à empresa SpaceX foi excepcional e vai gerar muitos frutos para nosso País. Agradeço à presidente da empresa, Gwynne Shotwell, e sua equipe”, afirmou Faria

FENOMENAL reunião com a presidente da SpaceX, Gwynne Shotwell e sua equipe. Convidamos a SpaceX/StarLink para vir ao Brasil para conectarmos todas as escolas rurais do País e utilizarmos a tecnologia e capilaridade que eles têm em satélites para preservarmos a AMAZÔNIA.
🇧🇷🇧🇷🇧🇷 pic.twitter.com/lTnCyFuMC9

— Fábio Faria (@fabiofaria) November 15, 2021

Starlink no Brasil

Vale lembrar que o serviço da Starlink ainda não tem autorização para operar no Brasil. Atualmente, o pedido de exploração do serviço está sob análise da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), vinculada ao Ministério das Comunicações (MCom).

O pedido foi protocolado em maio deste ano, sendo anexado sob sigilo no sistema de processos da agência. Além da Starlink, a Anatel analisa pedidos similares de serviços rivais, como Kepler, OneWeb, Swarm e Lightspeed.

A visita do ministro à SpaceX pode ser um sinal de que a aprovação do serviço pela Anatel está próxima.

Apesar da provável aprovação desses serviços no país, existe uma preocupação da Anatel e da Agência Espacial Brasileira (AEB) sob os perigos dessas grandes constelações de satélites, como os riscos de colisões com foguetes, choque entre objetos em órbita, assim como o aumento do lixo espacial.

Esses satélites em órbita baixa também preocupam militares brasileiros, sobre uma possível interferência nas frequências utilizadas pelo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). Cerca de 70% da capacidade do equipamento é usado nas comunicações militares no Brasil, o que poderia impactar na segurança nacional.

VEJA MAIS

• Elon Musk entra para lista das 100 pessoas mais influentes do mundo
• Fundador da SpaceX, Elon Musk se torna o homem mais rico do mundo
• SpaceX lança com sucesso a missão histórica Inspiration4

“Saliento que as novas constelações de satélites de baixa órbita podem trazer inúmeros benefícios, mas também, estão envoltas em riscos, que devem ter sua governança reforçada para que possam prosperar as oportunidades para o Setor Espacial brasileiro. Dessa forma é importante avançar no diálogo sobre o uso pacífico do Espaço Exterior contemplando inclusive as discussões sobre a sustentabilidade de longo prazo de determinadas atividades, vis-à-vis a expectativa da operação de grandes constelações de satélites de comunicação”, afirmou Leonardo Euler, quando ainda era presidente da Anatel.

Internet via satélite

A Starlink consiste em uma rede de milhares de satélites em órbita baixa com o objetivo de oferecer internet de alta velocidade para todo o planeta. Como esses satélites estão mais próximos da Terra, eles conseguem oferecer maiores velocidades e menor latência do que os satélites tradicionais, que estão em órbita geoestacionária.

Enquanto a anuência prévia não é emitida, a SpaceX está vendendo o serviço para determinadas regiões do Brasil no formato pré-venda. Para isso, os interessados precisam entrar no site da Starlink e pagar a quantia de US$ 99 (R$ 540,31 na cotação atual), valor esse referente a primeira mensalidade do serviço.

Além da mensalidade, o usuário precisa adquirir o kit de recepção – composto por antena, tripé e roteador -, por US$ 499 (R$ 2.723,39).

A pré-venda será processada por ordem de chegada, após a aprovação do serviço no país.

A SpaceX espera oferecer o serviço no Brasil até o final deste ano ou no início de 2022.

💡 Já visitou a Lojinha do Futuro Astrônomo? Lá você encontra vários itens para quem é fã do espaço. Acesse aqui!